quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Apetece-me...

Apetece-me, ser outra. Apetece-me,
Mudar assim, de repente, apetece-me.
Ser o que não esperas,
Ser o que não viste,
Quem nunca conheceste,
Quem nunca viveste...
Apetece-me, ser outra. Apetece-me,
Mudar os dias para a noite,
Ter-te sem receio,
Mostrar-me por inteiro,
Provar-te e saborear-te
Em horas nunca tentadas,
Tentar-te e levar-te
A queres mais, sem demoras...
Apetece-me, ser outra. Apetece-me,
Passar as horas para os minutos,
Demorar-me em ti,
Por ti e contigo,
Serem os minutos a demorem horas
Para poder sorver-te sem pensar...
Para poderes seduzir e dominar,
Para poderes usufruir e sucumbir
Para seres Rei e escravo,
Para te entregares e me tomares...
Apetece-me, ser outra. Apetece-me,
Mais. De ti e de nós.
Apetece-me...

25/10/2011

Frio...

Frio que me envolve,
Que me arrepia a pele,
Que me faz morta...
Frio que me obrigas a andar,
Que me fazes procurar,
Nos dias sem fim,
O calor apetecido...
Frio que nasce em mim,
Que afinal parte daqui,
Do gelo que me arrefece
A alma. E o corpo,
Esse, apenas obedece...
Frio que podias desaparecer,
Que podias não exisitir,
Que podias nunca ser
A minha companhia sem fim...
Frio, que em mim nasce,
Que daqui não desaparece,
Que jamais me abanadona,
Frio, frio que tu trouxeste,
No dia, naquela hora
Em que adeus me disseste...

25/10/2011

E se...



E se eu fosse o teu sonho?
E se eu fosse o teu desejo?
E se eu fosse a tua maior ilusão?
E se tu fosses o meu querer?
E se tu fosses o meu avançar?
E se tu fosses o meu viver?
E se eu fosse apenas o mar?
E se eu fosse como ele, sempre a girar?
Sempre onde mergulhar?
Sempre onde te perder e te afogar?
E seu tu fosses apenas o ar?
E como ele, sempre a soprar?
Sempre onde respirar?
Sempre onde me agarrar e abraçar?
E se eu fosse o teu dar?
E se eu fosse o teu amar?
E se tu fosses o meu receber?
E se tu fosses o meu oferecer?
E se fossemos o que nos completa?
E se fossemos um em vez de dois?
E se fossemos?
E se...

25/10/2011

Gosto...

Gosto. Gosto muito, gosto...
De quando surges de surpresa.
De quando me apanhas desprevenida.
Gosto. Gosto muito, gosto...
De quando o teu perfume te anuncia.
De quando o teu olhar me analisa.
Gosto. Gosto muito, gosto...
De quando me deixas sem jeito,
Sem conseguir disfarçar a respiração ofegante,
Sem conseguir esconder a emoção.
Gosto. Gosto muito.
De quando os nossos olhares se cruzam,
De quando não são precisas palavras,
De quando apenas os lábios se entreabrem e...
E se tocam, suave e delicadamente.
Apenas a prolongar a vontade premente
De toque,
De querer,
De sentir,
De ter, dar e receber...
Gosto quando surges de surpresa...
Gosto. Gosto muito...

25/10/2011