quinta-feira, 11 de junho de 2015

Deseja

Deseja
Que o gosto da boca
Se misture com o seu
Num beijo em nada morno,
Mas quente e ardente de quem ama.

Deseja
Que as línguas se entrelacem
E os seus dedos deslizem,
Descobrindo a pele
Que, arrepiada,
Anseia pelo toque.

Deseja,
Cada vez mais,
Que a sua mão a tome,
Percorra cada pedaço do seu corpo,
Se demore nos seios,
E desça até ao ventre,
As pernas se abram lentamente,
E o sexo,
Já húmido,
Seja invadido pelos seus dedos.

Deseja
Que a boca lhe siga a mão,
Que a saliva a inunde
E os sabores se mesclem
E ele a beije
E os sexos,
Finalmente se fundam
E afundem,
Um no outro,
Ele nela e ela nele,
E o prazer os domine,
Os descontrole até,
Por fim,
Que o cansaço os vença.
 
 
 
11.Junho.2015


terça-feira, 26 de maio de 2015

A ti, Mãe... II


A noite já comanda as horas que o dia foi cedendo sem esforço.
A brisa não se faz sentir.
Os sons da noite estão suspensos num silêncio que se abateu há muito, no dia de hoje.
As pessoas não se sentem, estão confinadas nas suas vidas sem que eu as sinta.
Hoje, o odor das flores não se faz sentir....
Nem tu. Nem o teu cheiro. Nem a tua voz. Nem o som do teu respirar, do teu coração bater. Nem a tua presença.
 
Vazio. Um vazio que não sei como suportar. Um vazio que jamais irei ultrapassar, que em mim vai para sempre ficar.
Um vazio que tentarei apaziguar com as memórias que tive o privilégio de guardar, de armazenar.
Momentos que contigo vivi.
Momentos que contigo aprendi a saborear.
De ti, fica em mim grande parte do que sou.
De ti, ficam em mim os valores com que me criaste.
De ti, fica em mim a vida que me deste.
O orgulho de ter nascido de ti.
De ti, fica em mim todo o amor que me deste. Todos os beijos. Todos os abraços. Todos os (in)compreendidos ensinamentos. Todos. Todos guardados para sempre em mim. Como o meu amor por ti.
 
Isto não é um adeus, é um até sempre...


26.Maio.2015