quinta-feira, 23 de abril de 2015

Cansaço



Há um cansaço que me invade. De dentro para fora, cresce dentro de mim e inunda-me por completo.
Primeiro a Alma, depois a mente, depois o corpo.
Um cansaço que não consigo explicar, apenas o sinto. Sinto-o a aumentar. A tomar-me. A sufocar-me. A tirar-me toda e qualquer réstia de vontade, de querer ou de poder.
Um cansaço que me comanda à inércia.
(Quase) Sem vida.
(Quase) Morta.
Um (quase) desistir. De ser, de lutar, de viver.
De querer, de ser, de aprender, de evoluir, de viver.
De acrescentar, de sorver, de sentir, de amar, de viver.
De dar, de compreender, de (me) surpreender, de viver.
De partilhar, de oferecer, de receber, de viver.
Um (quase) desistir do que os meus olhos vêem. Do que a minha mente pensa. Do que a minha Alma sente.
Um cansaço de tudo (quase) sempre igual.
Um cansaço de todos (quase) sempre banais.
Um cansaço, até ele, (quase) sempre repetido.
E repetida é, também, a estóica força de acordar. De (me) renovar, de sobreviver, de (re)viver.
De sorrir, de chorar, de (re)viver.
De este cansaço combater, de (re)viver.
A cada novo dia, a cada novo momento (re)viver.
 
 
22.Abr.2015

Percorre-me


Percorre-me,
Os cabelos
Com esse teu
Deslizar de dedos,
Suavizando
As minhas dores.

Percorre-me,
O rosto
Com esse teu
Carinhoso tocar,
Limpando
As minhas lágrimas.

Percorre-me,
O corpo
Com essa tua
Firmeza de mãos,
Marcando
A pele do teu amar.

Percorre-me,
As entranhas
Com essa tua
Intensa,
Louca,
Insana vontade
De me tomar,
De me fazer vibrar,
Até a clareza nos faltar,
A consciência se perder
E sermos apenas dois,
Percorrendo-nos em nome
De todo este
Prazer!
 
 
17.Abr.2015