quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Pedaços de mim

Pedaços de mim,
Perdidos pelo passar dos dias,
Esquecidos nos cantos da vida,
Em minutos sem fim.

Pedaços do que fui,
Espalhados no caminho percorrido,
Nas escolhas que fiz,
Nos erros e acertos que cometi.

Pedaços afastados do que sou,
Daquilo em que me tornei,
Feitos de sonhos desfeitos
E lágrimas no rosto,
De novos desejos
E sorrisos mais que perfeitos.

Pedaços que deixem
Em quem fez parte de mim.

Pedaços que ganhei
Por tudo o que aprendi,
Por quem paasou por mim,
Por tudo o que vivi.
 
14.Jan.2015

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Saborear a pele

Saborear a pele.
Sentir o quente da boca molhá-la.
Deslizar a língua e ter o gosto na boca.
Cerrar os lábios e deleitar-me.
Encher-me desse sabor que me faz a mente vaguear,
Que me faz o corpo delirar.
Memórias que se sentem na pele.
Recordações que aí ficam gravadas.
Com esse gosto.
Com esse teu apertar das mãos na minha carne.
Com esse nosso odor de corpos húmidos do
Fruto que é desse prazer que não se explica.
Com todas as gotas dessa entrega que a cada dia é única.
Saborear-me a pele.
Impregnada de ti.
13.Jan.2015

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Respiro

Respiro,
Deste ar que me corta a voz,
Frio e gélido,
Compactuante e companhia
De cada alma vazia.

Respiro,
Deste ar que se entranha na pele
Que irrompe por mim adentro,
Que me invade
E me esventra o sentir.

Respiro,
Este ar que cheira à morte
Da felicidade sonhada e vivida,
Jamais repetida,
Nunca mais alcançada,
Num viver carregado de não vida.

Respiro,
Este ar que não me alivia
A dor de não sentir,
O pesar de cada dia passar sem eu pedir,
Que me amarram e sufocam
E o sangue impedem de correr.

Respiro,
Este ar que não quero,
Nesta vida que não é a minha,
Nesta letargia
De quase morrer
Sem a alegria por companhia.
 
12.Jan.2015

Dormir

Há dias em que apetece nada mais que dormir. Dormir o dia todo, sem sentir o passar desses minutos lentos e demasiadamente demorados.

Dormir sem que a luz do dia e o calor ameno do dia se façam sentir.

Não abrir os olhos e não te ver. 

E mesmo que te sinta o respirar, adormecer os sentidos e não te sentir o odor, o calor do corpo.

Não quero voltar a sentir a pele arrepiar-se. Nem a mente a viajar por entre os fantasiosos delírios do passar dos teus dedos. Nem o corpo vibrar desse prazer único que apenas tu me fazes sentir.

Dormir para não te sentir voltar a partir.
 
 
12.Jan.2015