sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Apenas sentir-te

Apenas sentir-te...
Aqui, junto deste corpo que é o meu,
Que vive e respira um ar
Que se torna teu.
 
Apenas sentir-te...
Assim, a envolver-me a pele desnuda
Que se arrepia ao sabor do teu respirar.

Apenas sentir-te...
Tocando-me num abraço que,
De tanto desejar,
Se torna uma marca em mim,
Uma droga viciante,
Que desejo eternizar.

Apenas sentir-te...
Invadindo-me os sentidos,
Percorrendo-me a carne com os dedos,
Tomando-me o corpo como teu,
Fazendo-me querer ser tua,
Entregue a um mundo
De pura,
Intensa e insana loucura.

Apenas sentir-te...
E amar-te.
 
28.Nov.2014

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

É na tua boca

 


É na tua boca que me morrem todas as palavras...
Todas as que tento verbalizar
E que não cabem dentro de mim.

É na tua boca que me morrem os sentires...
Todos os que nascem em mim
E que são criados por ti.

É na tua boca que me morre o amar...
Todo esse sentimento que transborda de mim
E que não pára de aumentar.

É na tua boca que me morrem todos os beijos...
Todos os que a boca pede para as saudades matar
E que me agarram como um doce viciar.

É na tua boca que me morre o corpo...
Toda a pele e toda a carne entregue a ti,
À tua vontade louca e intensa de me amar.

É na tua boca que toda eu morro...
Num a ti me entregar,
Dar, ser e viver,
De prazer quase morrer
E de novo, em ti,
Renascer!
 
 
26.Nov.2014

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Viver

 
A tarde vai passando, lenta ao ritmo de um tempo que não se mostra, que não se cansa em demorar-se, em ficar como que suspenso.

E eu tenho a urgência de quem ama em mim. De quem deseja que o dia passe nessa pressa de quem tem para onde voltar.

E eu tenho um lugar que me espera, que me acolhe, que me faz sua. Como o mar acolhe o rio que não pára de deixar as suas águas correr.

E eu tenho em mim essa vontade de correr, de me soltar desefreada num caminhar que em ti termina.

E eu temino e começo em ti. Estranho, eu sei, mas é assim que me sinto contigo, nos teus braços: pequena e imensa, doce e segura, menina e mulher.

A ti chego menina frágil e em ti Mulher me faço. No caminho que construímos e nas memórias que vamos criando, partilhando e fazendo nossas.

E tua eu sou por completo, num amor que me invade de felicidade a alma, o ser e o viver.
 
 
14.Nov.2014