quarta-feira, 29 de outubro de 2014

E é isto...

 

No desenho dos lábios


É no desenho dos lábios,
Apelativos,
Que a vontade ganha
Gosto.

É no questionar do olhar,
Apaixonado,
Que o coração bate
Descompassado.

É no percorrer dos dedos,
Suaves,
Que se perde o rumo
Do querer.

É no deslizar da língua,
Quente,
Que a resistência da pele
Se deixa conquistar.

É no encontro dos sexos,
Húmidos
Que o desejo domina
E os corpos,
Lânguidos,
Se tornam apenas um
Numa dança única,
Num frenesim que leva o pensar
A deixar de existir,
Apenas o sentir tem poder,
Apenas a entrega tem razão de ser.

É no culminar do orgasmo,
Louco,
Intenso,
Vibrante,
Que tudo faz sentido,
Que tudo se torna claro:
Que eu te pertenço,
Que eu te venero,
Que eu sou,
De corpo e alma,
De pele e coração,
Tua,
Completamente tua.
 
 
29.Out.2014

sábado, 25 de outubro de 2014

É esse o momento

É esse o momento.
Sim, o que mais lhe custa. O que dura horas sem fim.
O que lhe deixa um aperto no peito, um vazio no ser.
O que deseja nunca acontecer. O que lhe faz a Alma doer e o coração (quase) deixar de bater. O sangue parado, (quase) sem correr.
Sim, é esse o momento.
Em que o corpo se abandona num leito, ainda morno do frenesim de ser amado.
Num leito feito de palavras juradas em conjunto. Feito de beijos. Curtos e pleno de significado, como um "amo-te". Longos e carregados de intensidade, como um "vivo-te". De línguas que se tocam numa batalha sem vencidos, como um "provo-te".
E a memória ainda vive nos olhos.
E o sabor ainda se encontra na boca.
E o sentir ainda mora na pele.
E o prazer ainda se sente no corpo.
É esse o momento. O que mais lhe custa.
Aquele em que ele a deixa solitária. A deixa sozinha. Até ao fim do dia, desse mesmo dia.
Porque esperar longe por quem se ama, é como se doesse.
Porque esperar longe de quem se ama é o momento que mais custa.
Sim, é esse o momento.
 
 
25.Out.2014