sexta-feira, 14 de março de 2014

Tudo vencer



 

A noite cede aos encantos de um raiar tímido e ameno, rendendo-se ao acordar do dia.
O chilrear dos pardais é uma melodia doce e suave apenas interrompida por passos numa calçada que ainda não fervilha de vida.
Cá dentro, pela janela entreaberta, chega o odor a Primavera, a orvalho fresco nas pétalas de camélias e das suas cores pastel e carmim, às perfeitas e pequenas violetas que vibram de cor por entre o redondo verde de folhas sem fim.
Cá dentro o corpo ainda entorpecido de um sono pouco dormido, não acompanha a mente que fervilha de questões e de pensares, ávida por respostas e certezas, que nunca serão, absolutas. Dúvidas que assolam e chegam como um furacão revirando o calmo e rotineiro passar dos dias, revolvendo e dando voltas, trazendo a mudança ao curso (quase) perfeito da segurança de horas iguais.
E a mudança assusta, provoca uma ansiedade que vai invadindo e criando questões na vã luta entre conjecturas e adivinhações sobre o futuro.
 
Mas cá dentro do peito, de mim e deste ser imperfeito que sou, cá dentro nesta Alma, há certezas e não dúvidas, há serenidade e não inquietação, há vontade de viver e não acomodação, há vida e não apenas um sobreviver.
Há um imenso sentir que nunca vai morrer: o meu amor por ti é a certeza do caminho a seguir e de com as mudanças aprender e evoluir, de ao teu lado ser capaz de tudo vencer!
 
14.Mar.2014

Na pele

 
Nesta pele que me cobre
Há um toque que me arrepia,
Há lábios que,
Molhando,
Desenham novos caminhos,
Descobrem novos contornos
De um sentir que é apenas meu.

Nesta pele que se deixa percorrer
Há vontades inacabadas,
Inconcluidas,
Perfeitamente imperfeitas
No seu contínuo desejar.

É esta pele que se perde
Em arrepios feitos de sentidos
Perdidos no correr de um tempo
Que nunca me chega,
Nunca me cansa,
Nunca me satisfaz.

É nessa (tua) pele
Que procuro saciar-me
Em insanas aventuras
Feitas de beijos e de línguas,
De pernas entrelaçadas,
De mãos que vagueiam
No sentido único de te sentir,
De te ter em mim,
Cá dentro deste ventre
Que anseia por esse teu dar,
Por esse me realizar,
Por esse imenso concretizar
Que é sentir o corpo vibrar,
Em uníssono,
No culminar do nosso
Prazer.

12.Mar.2014