terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sentir(te) até morrer

Sentir
O calor do afago das tuas mãos,
Roçando-me o rosto,
Afastando-me as lágrimas
Que caiem,
Impiedosas,
Do meu olhar.

Sentir
O amor na delicadeza do teu abraço,
Encostando-me o rosto
No teu peito,
E o teu coração
Batendo acelerado,
Faz acalmar o meu,
Libertando-o do cansaço
De bater sem razão.

Sentir
O sabor do teu beijo,
Misturando-se com o meu,
Viciando-me nesse anseio
De te ter,
Presente,
No meu paladar.

Sentir
O toque do teu corpo,
Cobrindo o meu,
Fazendo-me arrepiar a pele,
Despertando-me o desejo,
De te ter,
De querer te pertencer.

Sentir
O odor que de ti emana,
Quando sussurras doces palavras,
Que me enaltecem o ser,
Que me fazem acreditar,
Que te vou amar
Até ao dia
Em que deixar de respirar,
Até morrer.


19.Fev.2014

Vazio silêncio.




Vazio que me entorpece,
Que me invade o corpo
E me suga a Alma,
Despojando-me de sentir
Sonhos e lembranças,
Desejos e esperanças
De dias que ainda tenho para viver.

Silêncio que me atormenta,
Que me inunda os sentidos
E me adormece o pensar,
Tirando-me o raciocínio
De saber o que quer,
De recordar o que já fui.

Vazio que as horas teimam
Em deixar solto,
Navegando num corpo
Inerte,
Rendido ao correr
De um tempo
(Quase) perdido.

Silêncio em que tento,
No meio dos seus não-ruídos,
Perceber o que vem de ti,
O ouvir do teu sorrir,
O som do teu olhar,
O barulho dos teus dedos
Na minha pele a deslizar.

Um vazio silêncioso
De todo o teu sabor,
De todo o teu calor,
De todo o suor
Escorrido de mim,
Imiscuído em ti.

Um silêncio vazio
De todo o teu som,
De todo o teu sorriso,
De cada um dos gemidos
Por ti gritados ao meu ouvido.

Vazio,
Silêncio,
É o que sinto quando não estou contigo.
 
 
14.Fev.2014