terça-feira, 28 de maio de 2013

Aperto

É um aperto no peito
Que cresce a cada batimento,
Que se deixa transportar na veias,
Que deseja chegar a cada célula recôndita do meu corpo?
É um respirar sem ar
Que me apoquenta,
Que me prende os movimentos,
Que me tolda o pensar.
Um grito que se cala
Na garganta que não fala,
Um som inaudível
Solto no vento que não passa.
Esmaga-me o corpo
Contra a cama de lençóis frios
Onde a vontade é nula
E o esforço de a combater
Inútil.
Um sufoco que não se exprime,
Um aperto que me condena
A uma vida que se deseja,
Anseia e sonha,
Liberta.
27.Mai.13

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Adormeço

Adormeço.
A cada minuto
Fecho os olhos
E o sonho é vazio,
Cheio de cores
Que pintam telas
Mantendo-as brancas.
Os sons são de um murmurar
De águas que caiem
De um céu que molha
O chão e o meu rosto
Desfazendo-me as lágrimas.
O sabor é de uma ausência
Que deixa na boca essa água
Incolor e insípida
Sem matar a minha sede,
Sem me conquistar o paladar.
Os cheiros são de um nada
Árido e agreste
De um vazio que enche a paisagem
Sem alegria ou colorido.
Nem a imaginação sabe do desejo
Que há no meio, no centro do peito,
Onde vibra,
Onde bate o meu coração.
Adormeço.
E torno-me cega a cada pulsar,
A cada bombear,
E deixo que a mente se liberte,
Procure o seu destino e me pinte,
Uma tela que eu deseje viver.
 
 
 
27.Mai.13