quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Cativa



A noite é dona do momento que escorre límpido por entre os minutos de que é feito o tempo e sem medo dos que perturbam de forma indelével o silêncio que teima em ser seu escudeiro.
Os ruídos invadem em ecos que se prolongam para além do casario, para lá das janelas que fechadas são como imensas e coloridas muralhas embandeiradas de tecidos que não esvoaçam pela falta de brisa.
O frio, típico desta altura do ano, reconhece-se pelo crepitar da madeira na lareira criando um mundo de sombras e cores em tons quentes de paixão e de amor, da vontade e do ardor, de sentir-te o beijo e o teu sabor, mesclado com toques de néctar cor carmim.
E a música é essa que faz com que me abraces, me envolvas nos braços e a tua mão, segurando-me a cintura, me puxa, me encosta a ti e me guia, numa dança que continua para além dos sons tocados, para além dos dedos cruzados, para além do tempo e do espaço que nos circunda.
E é assim que a cada dia aumenta este sentir que me une a ti, que em ti me faz eternamente cativa...

02/01/2013

Corpo



Corpo que reflecte anseios,
Corpo que invoca desejos
Transformados em suspiros
Conjugados com sussurros,
Que aumentam e terminam em gemidos.
Corpo que é pele que arde
Em mil insanos desejos,
Pele que queima ao toque
Com o calor dos que são amados.
Corpo que é carne em pecado
Premente,
Urgente,
Desejado e assumido
Em cada passo que me leva ao teu
Doce e viciante

Beijo.


02/01/2013