quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Odeio-te!

Odeio-te!
Como se odeia um odor que se entranha na pele e nos reaviva recordações que desejamos escondidas para lá da memória por não poderem ser repetidas.
Odeio-te!
Como se odeia o sol de Verão que marca a pele com tons dourados de sabor exótico que perduram como parte de nós.
Odeio-te!
Como se odeia o sal do mar que se cola e não se aguenta no gosto da boca e sempre nos tenta de forma intensa e irresistível.
Odeio-te!
Como se odeia a flor que branco imaculado puro tem o cheiro do teu odor num beijo abraçado em corpos despidos de todo o pudor.
Odeio-te!
Como se ama e deseja o mais insano dos sonhos e ilusão que nos completam e deixam no corpo, de todas, a mais doce sensação.

24/09/2012

Perdida V



E não há sonho como o de voar por entre a folhas douradas de um Outono em que caiem sob rios de águas que docemente se entregam ao mar.
A um mar que sabe a um sol intensamente suave que não marca a pele e que num ápice dá lugar a um luar de estrelas escondidas sob o seu suave desmaiar.
Sonho de liberdade que só encontra no vento que vive suave sob os vales das ilusões criadas numa mente que divaga em pensamentos que não são nada para além da realidade.
Pintados em cores de vermelhos castanho que inventam num misturar que nos faz lembrar o agasalho do frio que não tardará a chegar e assim, acompanhar o calor ausente que sente o meu corpo, que coincidirá com o deserto de gelo do coração que é meu.
Mas eu vivo, fria e inerte, com a vã esperança de um dia me libertar deste sentimento que me ofusca e me incendeia num calor sem chama que me deixou perdida, sem saber qual o caminho, desalojada da casa do teu carinho, abandonada num lugar esquecido, perdida...



24/09/2012