quarta-feira, 20 de junho de 2012

Olhar-te


E não há como olhar-te nos olhos,
Mergulhar nesse teu olhar,
De mar e de ilusões,
E deixar-me levar,
Nessas tuas ondas de paixões.
Sentir-me navegar,
Sem saber o destino,
Sem ter rumo,
Perder-me em ti,
No teu mundo,
Sem receio, sem temor,
Saber que me guias,
Que me orientas o caminho.
Olhar-te é como sentir-me em casa,
Certa que estou segura,
Que nada me atormenta,
Que nenhum mal aqui perdura,
Que tudo se perdoa,
Que tudo se permite,
Que segredos são desvendados
Ao sabor de um beijo que trocamos.
Em ti, no teu olhar me perco,
Me entrego toda,
Por inteiro,
Por completo,
Desarmada, sem fingimento,
Sem vontade de fugir do que sou,
Do que posso dar,
Do que quero receber!
Olhar-te e em ti me perder, e sem duvida, me encontrar!

2012/06/18

Segredo


Oiço ao longe vozes que falam em surdina, contando segredos que soltos ao vento quente da noite, são como folhas frescas ondulantes que nos levam para longe.
Vou contar-me a este vento, calada, em silencio, gritando sem que se ouca e quando chegar, me soltar e libertar, ser palavra ouvida, falada e sentida nesse imenso lugar onde cabem todos os segredos que esses teus olhos cor de mar sabem de cor, quero em ti ser eu e apenas tua.
Vou indicar-lhe o caminho, sem erro, falha ou demora, tenho urgência em chegar ao destino, de a ti me dar, de em ti me largar e nunca, nunca mais te soltar...

2012/06/17