terça-feira, 12 de junho de 2012

E a pele?

E a pele?
Que fazer à pele que pede o toque, o arrepio do dedo que desliza suavemente e reconhece cada poro que calcorreia no caminho?
Sim, essa pele alva, fria quando não estás e quante quando és meu.
Pele que te sente a falta como das vestes em dias de frio intensamente gelado de Inverno agreste.
Pele que te sente o afago no abraço que envolve e que a acorda dessa letargia que a prende às horas mortas da tua ausência.
Pele que deseja a tua pele. O teu sabor na pele que molhas em gotas de sal nas ondas loucas com que me amas... A pele! Que me envolve a carne e a alma, o desejo e o sentimento, a vontade e a entrega.
Pele que é tua com todo o meu recheio, com todo o meu sentir, querer e dar.
Pele que se completa, que vive apenas com a tua, junta, unida...

2012/06/05

Acordo em mim

Acorda o sono numa manhã quase sem cor,
Quase sem sons,
Quase sem esse odor que me enche de torpor.
Acorda o corpo quente
Em lençóis de cetim
Que deslizam sem medo, na pele que há em mim.
Acorda o sonho de uma noite de Verão,
De calor intenso,
De imensa paixão.
Acorda a vontade
De nunca o desejo ter fim,
De te sentir, deitado aqui,
Ao lado do meu corpo despojado
De roupas,
Apenas por teus beijos tapado,
Por tuas gotas de intenso, insano amor coberto!
Acordo na cama vazia
Do que há-de ser um dia,
De ver e ter este querer completo
E hei-de acordar em ti,
Deitada e deleitada
Por teu abraço me cobrir.
Mas hoje,
Hoje apenas acordo em mim
As vontades e desejos que sonho
Por ti...

2012/06/05