terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Vazios...

Há vazios que não se conseguem preencher.
Há vazios que não são vazios e que assim, não precisamos de preencher.
Mas os meus vazios são os dificeis de perceber. São buracos negros na alma, sem fundo e sem forma de se taparem, curarem.
São parte de mim, vivem em mim desde sempre, desde que nasceram cá dentro, desde que algo ou alguém os despoletou.
E não se tapam, não se enchem senão dos seus próprios vazios.
Encher um vazio de vazio deveria acabar com ele, mas não: aumenta-o.
E há dias em que me sinto não cheia de tudo, como quando queremos desistir, por saturação, cansaço... Não, não é isso.
É cheia de tanto vazio.
De uma vida de dias iguais.
De não haver um objectivo. Da falta de sonhos. Da inexistência de ti na minha vida.
Esse é o meu maior vazio. Não te ter na minha vida.
Sabes quando tudo deixa de ter valor, quando o sol brilha mas sem calor? O meu vazio de ti é assim.
Um vazio com sol que não aquece, com mar que não me salga a pele.
Um existir por existir, vazio, oco e sem significado.
E tu já me encheste de calor do teu sol e do sal do teu mar. O corpo, a boca, o meu âmago, a alma: tudo cheio de ti, toda preenchida por ti.
Agora, o vazio da ausência, do silêncio, da espera, da decisão.
E eu quero acabar com este meu enorme vazio e preencher-me por completo com o teu ser não vazio.
Entendes-me? Compreendes-me? Esperas-me até que o medo deixe de ocupar o vazio e se transforme no meu desejo? Ajudas-me a tapar o vazio que há cá dentro?
Ensina-me a crescer contigo em mim, ao meu lado, fazendo da minha vida, uma vida não vazia de tudo, mas preenchida de vida.

27/02/2012

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Tempos...

A vida e feita de encontros e desencontros. De horas certas e minutos que se adiantam ou atrasam. Os tempos dos amantes nunca sao os mesmos.
Uns sufocam de ansiedade, de tanto querer, receio que o tempo se esgote, que passe tao rapido como se sente, que o amanha seja hoje. Vontade de viver, de querer partilhar.
Outros, pelo contrario, sao temerarios do tempo que vem, quase sufocam com medo do amanha, vivem desejando que o ontem fosse hoje, pois e mais seguro.
E nos? Como e o nosso tempo?
A nossa historia poderia ser outra, poderiamos ter percebido tanto antes. Mas, tudo tem um tempo.
Se assim nao fosse eu nao seria a mulher que sou hoje e tu, tu o homem que me fascina e completa.
Sim, ja sei: mas porque tudo tem de ser tao complicado? Tao dificil?
Sim, o tempo corre diferente para nos.
Eu sei que o teu urge! Que precisas ser e sentir-te feliz o quanto antes.
Mas o meu tempo, esse anda devagar para ti. E inseguro no amanha, no que ha-de vir.
Receio de falhar, de nao te conseguir fazer feliz, conseguir que todos os teus dias sejam felizes, ou pelo menos a maioria dos dias.
E no entanto, com tanta vontade de dar um passo seguro, acabo por fazer o contrario do meu desejo.
Tempos incertos, errados e desencontrados o dos amantes.

26/02/2012