terça-feira, 20 de setembro de 2011

Silêncio I

No silêncio das tuas palavras,
pergunto-me se pensas em mim.
Se te passo pelo pensamento,
Se te percorro as veias,
Se te inundo a boca com o meu sabor...
No silêncio das tuas palavras,
pergunto-me se eu existo.
Se há espaço para mim no teu mundo,
Se há liberdade de te ver,
Se há lugar na tua mesa para mim,
Se há frio na cama que eu possa aquecer...
No silêncio das tuas palavras,
pergunto-me se quero tudo isso.
Se quero que me penses,
Que me queiras na mesa,
Que me desejes,
Que seja o teu vício...
No silêncio das tuas palavras,
Não há nada que eu queira.
Não há nada senão um mundo de interrogações,
Que não têm resposta senão
Nas tuas palavras. Se eu quebrar o silêncio,
O silêncio das tuas palavras...

05/09/2011

Limbo...

Porque sinto? Porque penso?
Porque não posso só ter um desses lados?
Porque tenho de me dividir entre o lógico e o sentir?
Entre o sensato e a loucura?
Entre o certo e o desejo?
Porque tenho de sentir este sentir
Tão grande, tão profundo em mim?
Porque tenho de analisar e contestar e não querer,
Quando tudo o que quero é querer?
Que contradição,
Que vontade de largar e correr.
Correr para ti. Para mim. Para nós.
Para o que nos une.
Apenas correr para o sentir,
Sem pensar, sem olhar para trás,
Sem pensar em nada mais que nós...
Mas penso, penso e repenso...
E estou presa neste limbo de querer e não poder,
De te saber e não te ter,
De me dar e não ficar...

05/09/2011