terça-feira, 4 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XIII


 

O cansaço
Acabará por vencer.
O corpo, sem esforço,
Acabará por ceder.
A Alma, solta do peso,
Voará com todo o seu saber.
Liberta das dores
Com todas as lágrimas já caídas,
Salgando, tantas vezes, as faces,
Está certa de que tem fechadas as feridas.
Não me sintam a falta,
Não irei para longe,
Olharei por todos,
Pois a vida, não morre,
Passa a ser, apenas, de outra forma vivida.
Amarei de igual forma,
Talvez mais ainda:
O Amor tornará,
Da minh'Alma,
Da minha outra vida,
A minha rotina.
Não partirei,
Estarei sempre a teu lado,
E em todos os momentos
Guiarei os teus passos.


Cat.
2021.01.13

Adeus (à) Vida XII


O dia há-de chegar,
Devagar,
E nada há a lamentar:
Será a tormenta a terminar.
As minhas culpas,
Nas dores durante
A vida sentidas,
Acabarei de expiar.
Não quero que me chorem,
Não há razão para tal:
A Alma estará pronta,
Limpa e sem mágoa,
Liberta do peso da carne d'uma mortal.
Voarei,
Com a habitual pressa
De quem deseja,
Chegar a casa depressa.
Não quero que me chorem:
Há luz na minha Alma,
Porque há coisas que não morrem,
Que não desaparecem,
Desvanecem deste mundo,
Docemente, com calma.


Cat.

2021.01.12

Adeus (à) Vida XI

 


Ao partir
Quero ver-me nos
Teus olhos cor de
Mar.
Como um veleiro,
Ao sabor do vento,
Do tempo e sem
Receio.
Quero cerrar os olhos,
Lentamente,
Como se não houvesse tempo,
Hora para partir.
E quando o veleiro
Levar a minha Alma,
Sei que me vou libertar,
Como o sal na tua lágrima.
Mas não me chores demais,
Não quero lágrimas em ondas:
Não quero que seques o mar
Desses olhos teus,
Onde me verei,
Para sempre,
A navegar.


Cat.
2021.01.12

segunda-feira, 3 de maio de 2021

Adeus (à) Vida X

 


Nada tem fim,
Pois tudo se transforma.
Basta olhar para mim
E ver como sou agora.

Há um início,
Tudo o resto é recomeço
Um mero indício
De que tudo é esforço.

Prender o ar e não respirar um dia
Ou outra qualquer forma para ficar sem vida,
Mas apenas o corpo morreria
E de nada valeria a minha partida.

Estoica, feita heroína,
Ficarei e aprenderei
Com vivências nesta inda e vinda,
De fins e recomeços viverei.

Mas quando chegar o dia
Em que o corpo, cansado,
Perder a vida,
Será a liberdade para esta Alma sofrida...


Cat.
2020.12.16