Parar. Parar de pensar, de sentir, de preocupar.
Parar, apenas parar.
O aperto no peito que sufoca, impede o ar de entrar. Comprime e esmaga o respirar.
As lágrimas desejadas e que por magia, permanecem contidas.
O bater do coração que a todo custo tentas desacelerar.
E de repente, o corpo estremece, parece que fica vazio... Vazio em tudo. Da força, do peso, do lugar, sem sangue a correr.
E naqueles segundos o mundo parece parar. Desaparecer. Fugir. Evaporar.
E voltas a respirar.
E o medo de tudo e de nada volta a atacar.
E só queres gritar.
E só queres chorar.
E só queres que o respirar volte a normalizar.
Mas a mente, essa inimiga, não pára de pensar.
É pensar em tudo sem parar verdadeiramente em nada, num ciclo frenético de situações.
É um sofrer por antecipação que te ultrapassa, que é irracional.
E as lágrimas não caiem.
E o coração não desacelera.
E o peito aperta, comprime e esmaga.
E só queres que desapareça...
Que tudo pare. Até o ser...
Parar. Só queres parar.
Cat.
2020.02.05