terça-feira, 16 de março de 2021

Mulher


 

Há subtileza
No andar de uma mulher.
Há sedução
No olhar de uma mulher.
Há desejo
Na boca de uma mulher.

Mas numa Mulher
Também há quereres
Que vão além da imaginação.
Há barreiras que se transpõem
E não regresso possível.

É uma prisão,
Em que todos os sentidos se elevam
E em que a entrega louca,
Total,
Luxuriante,
é inevitável!


Cat.
2020.05.21

quarta-feira, 3 de março de 2021

Fosse minha


 

Lá fora a chuva cai num compasso escrito por notas de água, sem qualquer preocupação com o ritmo e a velocidade a que caiem na minha janela.
O vento acompanha-a, como guia numa viagem e abraça de forma desordenada e estontante as folhas das árvores por ela molhadas.
Cá dentro nada mais que essa paisagem, de verde igual ao de ontem, mas com esse movimento que me hipnotiza e me deixa, no sofá, de olhar vago, mergulhada nesse momento que parece parar.
Não penso em nada, a mente está vazia, sem qualquer pensar...
Mas os meus olhos acompanham o que vai acontecendo lá fora e, nesse emaranhado de chuva e vento, caiem, pelo rosto, lágrimas salgadas.
Não me perguntem porquê: não sei, não há motivo e não há razão lógica.
É uma sintonia.
É uma parceria.
É uma companhia.
É uma empatia.
É como se eu fosse um nada, despido de um irracional despojado de sentir. E, no entanto, sinto tanto como o Mundo que, lá fora, chora.
Choro por um aperto no peito que não é meu.
Choro porque a Alma não se acalma com tudo o que é meu.
É mais que este corpo que tem tudo o que sonhou. É como se eu fosse o Mundo que com ele sente o que nunca pensou: sentir as dores dos outros, sem as saber distinguir. São minhas, são tuas, são de todos os que se estão a redimir.
A chuva cai, o vento guia.
A minha Alma chora, como se toda essa dor fosse minha...


Cat.
2021.02.02

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Entrego(me)

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, toque, closeup e interiores

Sentir
O calor do teu abraço,
Acolhendo-me no teu corpo.
O sabor dos teus lábios,
Molhados e dos meus
Sedentos.

Sentir
O chão a fugir,
A pele a arrepiar
A vontade,
O desejo,
A me invadir.

Aperto(te),
Toco(te),
Saboreio(te),
Por inteiro!

Luxúria que me tenta,
Prazer que me alimenta,
O meu corpo (te) entrego...
No (teu) corpo me perco e me encontro!

Cat.
2019.10.17

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Entregar(me)

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e interiores

Saber que me queres,
Assim,
Sem subterfúgios vulgares.
A mim,
Sem o cliché dos mesmos lugares,
Num sem fim
De toques e suaves deslizares.

Sentir,
Que o desejo te invade,
Num deixar ir
Que o agora já é tarde,
E eu quero-te a invadir
O meu corpo não pela metade,
Inteiro, no teu ir e vir.

Perder,
A razão, o pensar.
Ser apenas prazer,
Neste tão nosso, nos entregar.

Cat.
2019.09.26