Há muito que não voltava aqui, ao meu lugar, ao meu canto, ao meu porto de abrigo.
Há muito que não actualizo o que vou sentindo. O meu diário quase parece um anuário, dada as ausências prolongadas.
A verdade é que a vida acaba por nos "engolir" nos seus caminhos (in)certos.
Não que seja mau. Não que seja bom. Apenas é. Assim, sem rodeios na certeza de que nada é certo. Nem o que pensamos garantido e muitas vezes o que nem imaginamos.
Sim, a vida é uma certa incerteza.
Onde o sentir é um tormento e, ao mesmo tempo, uma bênção.
Nunca sei.
Nunca saberei.
Apenas sinto. Demais. Demasiadamente.
Tão profundamente que me esqueço de mim, do que sou, do que pretendo, do que sonho e desejo.
E perco-me.
De mim. Do meu rumo. Do meu crescer.
E assim perdida, fico sem me perceber. Fico sem me (re)conhecer. Sem (me) escrever e e deixar sair todo o meu sentir. Com ou sem sentido. Mas meu. Apenas meu.
Hoje, sinto que me falta esta catarse, de me expurgar de tanto sentir, de tanto querer, de tanto amar, de tanto chorar e de tanto rir.
Cat.
2019.12.06