sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
Simples
A noite avança ao ritmo a que já nos habituou para um dia de Inverno: antecipa-se na chegada e arrasta-se na partida. Passa pois, lenta e demoradamente.
Está frio lá fora e os pingos de chuva já não se fazem sentir no chão da calçada nem nos vidros da janela. Há uma pequena lembrança da sua presença nas ervas e nas folhas dos trevos, carregadas de bolhas de água de vários tamanhos, juntas mas não unidas, com as bordas pintadas de um branco cor de neve. As árvores ao longe agitam-se levemente, apenas o suficiente para fazerem as luzes das estradas bricarem, aparecendo e desaparecendo, ora aqui, ora acolá.
E eu vou-me perdendo nesse jogo de brilhos na noite escura, inebriada com a simplicidade de tal beleza.
Dou por mim a pensar que, às vezes, é tudo tão... Simplesmente belo. Sem confusão, sem ruídos que nos toldam as decisões, sem grandes desenvolvimentos ou consequências. Simplesmente belo.
Simples, como o baloiçar ao sabor do vento. Belo como as luzes que brincam por entre as folhas.
Simples, como o bater das ondas na areia. Belo como as cores das flores na Primavera.
Simples como o teu abraço no meu corpo. Belo como o teu olhar cor de mar me sorri e me alimenta de esperança quando os dias não são simples.
Simples como o teu calmo respirar no meu ouvido. Belo como o amor que nos tem, assim e sempre, unido...
Cat.
2018.12.21
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Nós é que temos a mania de complicar o que é simples.
ResponderEliminarBeijo daqui até aí :)