terça-feira, 14 de março de 2017
Thoughts XXXII
Que a noite me traga o descanso prometido. Que os meus olhos se fechem e a mente pare. Que o meu coração desacelere e o respirar seja um suspiro.
E amanhã que eu seja outra, num novo dia, numa nova vida, com muito mais alegria...
26.09.2016
Talvez não valha a pena
Talvez não valha a pena.
O amor não é tudo e por si só não é suficiente para que se ultrapassem determinados momentos.
Momentos que não nos deixam ser o melhor de nós.
Momentos que não nos permitem ver o melhor do outro.
Talvez seja este o problema: não ver além do imediato. E o imediato toma conta do momento, depois das horas, depois dos dias e já não resta mais que isso. O que o imediato permite que se veja: as críticas, as falhas, as decepções, os defeitos.
E o amor, por muito maior que seja, perde-se com a esperança neste chorrilho de não momentos.
Não momentos... Quando não te vejo com o meu melhor olhar. Quando não te vejo no teu melhor ser.
E não, não és perfeito. Nem eu ou qualquer outro.
Mas no nosso melhor és o meu perfeito. Completo e que me completa.
Mas parece que o amor não é tudo. Por muito maior que seja...
24.09.2016
Já não há lágrimas
Já não há lágrimas.
Só este sentir que me enche o peito, me sufoca e quase me ultrapassa.
Um sentir que não consigo descrever.
Há quem lhe chame amor. Eu não sei como lhe chamar.
Sei apenas que é um querer-te em todos os sentidos.
Querer-te perto. Muito. Tanto.
Querer-te o abraço. Forte. Envolvente.
Querer-te o corpo, o toque, o beijo. Molhado. Ardente.
Querer-te sempre saber. O humor. O sentir. Os sonhos e vontades que te movem.
Querer-te, entendes?
Querer-te bem mais que a mim.
Querer-te melhor a cada dia.
Querer-te o sorriso a toda a hora.
Querer-te feliz. Fazer-te feliz.
Querer-te tanto a todo o tempo de forma constante.
Querer-te tanto a ponto de não haver espaço entre nós. Emocional ou físico.
Querer-te ao ponto de me fundir em ti. De sermos dois em um.
Querer-te de tal forma que me esqueço de mim. E vivo para ti.
Ao ponto de quase me perder. De mim. Dos meus sonhos e caminho. De apenas viver para ti.
E o sentir te começar a sufocar como a mim.
A prender-te a mim.
Há quem lhe chame amor. Tu chamarias possessão.
E não há amor que sobreviva a tamanha prisão.
E eu, tanto, tanto, tanto te querer, acabo por te perder...
24.09.2016
Como o anoitecer
Chegou a hora de a tarde ceder lugar ao anoitecer. De permitir que a lua e as estrelas cheguem, de mansinho, com o orvalho a acompanhar.
A luz diminui doce e suavemente como o sol de fim de Verão que me toca a pele. Despida. Nua.
Desprovida de protecção. Pronta para o aceitar. Preparada para o deixar passar pela janela até me alcançar. Ansiosa por o absorver.
A minha companhia.
E assim aqui, no local que nos identifica, nos lençóis com o teu, meu, nosso cheiro, espero por ti.
E agora, que o teu perfume me inebria, o pensar vagueia. A pele arrepia e o desejo, desenfreado e sem rédeas, volta à vida.
E agora, que o teu perfume me inebria, o pensar vagueia. A pele arrepia e o desejo, desenfreado e sem rédeas, volta à vida.
Quanto te anseio sentir. Os beijos na boca. A língua no corpo. O teu sexo humedecido pelo tesão de me sentir, por ti, possuída. De me entregar, a ti, de forma insana, intensa, profunda e destemida.
Por isso, faz como o anoitecer: não demores para te fazeres sentir...
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