terça-feira, 14 de março de 2017

Já não há lágrimas




Já não há lágrimas.
Só este sentir que me enche o peito, me sufoca e quase me ultrapassa.
Um sentir que não consigo descrever.
Há quem lhe chame amor. Eu não sei como lhe chamar.
Sei apenas que é um querer-te em todos os sentidos.
Querer-te perto. Muito. Tanto.
Querer-te o abraço. Forte. Envolvente.
Querer-te o corpo, o toque, o beijo. Molhado. Ardente.
Querer-te sempre saber. O humor. O sentir. Os sonhos e vontades que te movem.
Querer-te, entendes?
Querer-te bem mais que a mim.
Querer-te melhor a cada dia.
Querer-te o sorriso a toda a hora.
Querer-te feliz. Fazer-te feliz.
Querer-te tanto a todo o tempo de forma constante.
Querer-te tanto a ponto de não haver espaço entre nós. Emocional ou físico.
Querer-te ao ponto de me fundir em ti. De sermos dois em um.
Querer-te de tal forma que me esqueço de mim. E vivo para ti.
Ao ponto de quase me perder. De mim. Dos meus sonhos e caminho. De apenas viver para ti.
E o sentir te começar a sufocar como a mim.
A prender-te a mim.
Há quem lhe chame amor. Tu chamarias possessão.
E não há amor que sobreviva a tamanha prisão.
E eu, tanto, tanto, tanto te querer, acabo por te perder...




24.09.2016

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