terça-feira, 14 de março de 2017

Já não há lágrimas




Já não há lágrimas.
Só este sentir que me enche o peito, me sufoca e quase me ultrapassa.
Um sentir que não consigo descrever.
Há quem lhe chame amor. Eu não sei como lhe chamar.
Sei apenas que é um querer-te em todos os sentidos.
Querer-te perto. Muito. Tanto.
Querer-te o abraço. Forte. Envolvente.
Querer-te o corpo, o toque, o beijo. Molhado. Ardente.
Querer-te sempre saber. O humor. O sentir. Os sonhos e vontades que te movem.
Querer-te, entendes?
Querer-te bem mais que a mim.
Querer-te melhor a cada dia.
Querer-te o sorriso a toda a hora.
Querer-te feliz. Fazer-te feliz.
Querer-te tanto a todo o tempo de forma constante.
Querer-te tanto a ponto de não haver espaço entre nós. Emocional ou físico.
Querer-te ao ponto de me fundir em ti. De sermos dois em um.
Querer-te de tal forma que me esqueço de mim. E vivo para ti.
Ao ponto de quase me perder. De mim. Dos meus sonhos e caminho. De apenas viver para ti.
E o sentir te começar a sufocar como a mim.
A prender-te a mim.
Há quem lhe chame amor. Tu chamarias possessão.
E não há amor que sobreviva a tamanha prisão.
E eu, tanto, tanto, tanto te querer, acabo por te perder...




24.09.2016

Como o anoitecer




Chegou a hora de a tarde ceder lugar ao anoitecer. De permitir que a lua e as estrelas cheguem, de mansinho, com o orvalho a acompanhar.
A luz diminui doce e suavemente como o sol de fim de Verão que me toca a pele. Despida. Nua. 

Desprovida de protecção. Pronta para o aceitar. Preparada para o deixar passar pela janela até me alcançar. Ansiosa por o absorver.
A minha companhia.
E assim aqui, no local que nos identifica, nos lençóis com o teu, meu, nosso cheiro, espero por ti.
E agora, que o teu perfume me inebria, o pensar vagueia. A pele arrepia e o desejo, desenfreado e sem rédeas, volta à vida.
Quanto te anseio sentir. Os beijos na boca. A língua no corpo. O teu sexo humedecido pelo tesão de me sentir, por ti, possuída. De me entregar, a ti, de forma insana, intensa, profunda e destemida.
Por isso, faz como o anoitecer: não demores para te fazeres sentir...


11.09.2016

E (ainda) é isto...


No meio de mim


Quero-te
No meio de mim,
Passeando a boca pela pele,
Fechando os lábios nos meus,
Sugando-me o peito farto,
Segurando-o forte nas mãos,
E beijando-me o corpo,
Que se contorce a cada toque de língua,
Ora húmida, ora lânguida, ora frenética,
Aumentando-me a líbido,
Deixando-me pronta,
Escorrendo de desejo.

Quero-te
No meio de mim,
Penetrando-me as entranhas,
Enchendo-me o ventre,
Fazendo-me chegar aquele ponto,
Em que toda eu sou estremecer, e
De louca, insana,
Gritar de um prazer
Que o corpo faz ceder,
A respiração suspender
E o coração,
Disparado, bater.




19.08.2016