quinta-feira, 28 de abril de 2016

Segredos



Segredos, não há quem os não tenha. Fazem parte da vida, fazem parte do viver, do aprender e do sentir.
Há segredos que se contam a quem confiamos, a quem confidenciamos, mas deixam de ser segredos: passam a ser histórias contadas.
Segredos verdadeiros são aqueles momentos que partilhamos com aquela pessoa e que sempre recordaremos como únicos, irrepetíveis, irredutíveis. Sempre presentes e sempre sentidos da mesma forma.
Aquela primeira troca de olhares.
Aquele primeiro beijo, mesmo que já tivesse beijado mil vezes.
Aquele primeiro toque em que o corpo estremece.
Aquela primeira fez em que o teu sexo penetrou o meu.
Aquele primeiro abraço depois dos nossos corpos se terem amado e o nosso cheiro estar misturado.
Aquele momento em que, por insegurança, chorei por medo, por receio de te perder.
Ou quando me olhaste dentro dos olhos e me disseste: amo-te, como nunca amei até hoje.
Segredos que são apenas nossos, delicadamente guardados...




28.Abr.2016

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Podia dar-te o Mundo



Podia dar-te o mundo. O meu mundo. Com tudo o que o preenche e tudo o que eu sou, com tudo o que por ti faria, com tudo o que por ti sentia.
E sabes, não era assim tão pouco. Era tudo.
Aquele tudo que só quem ama incondicionalmente pode dar.
Aquele tudo que só se recebe uma vez na vida, que só se dá uma vez na vida.
Um tudo em que deixamos de ser um, de ser eu, para sermos dois, para sermos nós. E assim viver, alimentando-nos de e um ao outro. Esse tudo seria mais que suficiente, seria o grande amor que nos enche de vida, que tudo para sermos felizes nos daria.
Podia dar-te o mundo, um mundo meu para ti.
Mas os caminhos descruzaram-se algures no caminhar da vida.
Agora, espero que tudo, este imenso tudo, passe, aqui, no meu mundo. Sozinha.




27.Abr.2016

Thoughts XXXI




Sentir o corpo
Estremecer,
Deixar a pele
Arrepiar,
Fazer o coração
Bater,
Obrigar o sangue
Correr,
Saborear a boca a
Beijar...
Permitir à Alma
VIVER!




27.Abr.2016

terça-feira, 19 de abril de 2016

Sonhadora



Era uma sonhadora. Uma menina que sonhava com as pequenas coisas da vida. Coisas que pensava existirem sempre e para sempre nos seus dias, como uma constante inequívoca.
Sonhava ou não pensava nas eventualidades da vida, das suas inevitabilidades.
Era como se o mundo fosse uma certeza imutável, sem o sentir da perda ou da ausência ou a excitação da surpresa.
Imaginava um mundo de pessoas sem maldade, sem interesses mundanos ou egoístas, sem o peso da responsabilidade de cada acção sua no viver de terceiros.
Tudo era uma utopia, cor-de-rosa que nunca gostou.
Hoje já não sonha, é uma crente. Não em qualquer deus de uma qualquer religião, não nas suas capacidades de vitória, não nos sonhos que outrora eram realidade.
Cresceu e es experiências que viveu mostraram uma realidade que não se sonha. Que ninguém algum dia sonhou. Desilusões, tristezas, desventuras e lágrimas correram pelo rosto. Mas também sorrisos francos, beijos e abraços verdadeiros, carinhos e provas de amizade encheram-lhe o peito.
E acredita.
E compreende.
E até perdoa um e outro ente que erra com ela ou com ele próprio.
Acredita que os Homens precisam perdoar-se, cada um a si próprio e depois aos outros.
A culpa impede-os de serem felizes.
Já não sonha com um mundo perfeito, mas acredita, que a cada dia, se cresce e aprende, se aceitam as diferenças e se faz a diferença.
Aqui, não no tamanho da sua imensa Alma, mas no pequenino que é o seu Mundo.




19.Abr.2016