O único som que aqui existe é o do silêncio e pela janela vê-se a agitação do fim de tarde de uma sexta-feira e o rio, esse, corre sem pressa para se juntar ao mar e se tornar imenso.
Há pássaros a regressar e outros a partir, cruzam o céu azul manchado de tons laranja como nos dias de Primavera. As luzes das ruas já espreitam por entre os prédios onde o sol já não marca presença.
E aqui, dentro destas paredes, o corpo também deseja o descanso e que a tranquilidade invada a alma e a mente se deixe vaguear em sonhos (im)possíveis de concretizar.
E os sonhos são tão (im)previsíveis... Como amar e ser amado, como querer e ser desejado, como seduzir e ser cortejado. Como ter o corpo e o ego lisonjeado.
É tão (im)previsível a necessidade de ser feliz. E são tão facilmente (in)alcançáveis.
Tudo pelo tempo. A culpa é sempre do tempo: não era o momento certo, não estava bem naquele momento, se soubesse o que sei hoje, se..., se..., se...
Se fosse hoje seria tudo tão (in)diferente. Somos o que somos. Somos o que crescemos e aprendemos em determinada altura – de novo o tempo que nos condiciona.
Eu não agiria de forma diferente, em determinada altura, perante determinada situação.
Seria mais ou menos (in)feliz? Não posso saber. Foi o que decidi. Foi o que escolhi. Foi o que foi.
E estou bem assim. Adormecendo ao final do dia tranquilamente.
05.Fev.2016