terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Já não me importa



Sabes, agora já não me importa.
Já sou outra mulher, muito diferente da que conheceste e, no que agora parece um passado longínquo, amaste.
Como o passar dos dias não são contabilizados. Como passamos a olhar para o nosso tempo como demasiado, demorado, quase sempre igual. Ano após ano.
E como me fui submetendo a vontades mais tuas que minhas.
E como pensei que isso nos faria felizes.
E como estava errada: anularmos-nos nunca traz felicidade. Nunca.
E como fiquei ali, perdida, estagnada, adormecida nos dias de uma vida com nada de diferente.
Um parar no tempo que só percebi mais tarde.
E não, não fui eu que mudei.
Não, eu apenas acordei.
Porque sou mais do que tinha. Porque quero mais do que sou.
Porque ainda há tanta vida a descobrir. Tantos novos sabores a tentar experimentar.
E tu? Porque não me quiseste acompanhar?
E tu? Porque quiseste naquele marasmo sempre igual continuar?
Sabes, agora já me importa.
Dei o passo em frente, rumo aos meus sonhos e desejos de (me) crescer.
Hoje, sou mais do que alguma vez sonhaste...




12.Jan.2016

Thoughts XXX



Quando, quando chegarás?
E os meus olhos, ao vislumbrarem o teu semblante, brilharão.
E a minha pele, ao pressentir-te, arrepiar-se-á.
E o meu coração, ao sentir-te, de ti se encherá.
Quando, quando chegarás felicidade?
E comigo, para sempre, ficarás?





12.Jan.2016

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Põe a tua mão



Põe a tua mão
Nesta pele 
Que por ti anseia.
Agarra-me,
Aí,
Na curva que precede
As curvas que desejas
Para ti tomar.
Puxa-me para junto
Do teu corpo
Que no meu,
Se quer entrançar.

Põe a tua mão,
Na minha carne
Que a ti,
Se quer entregar.

Põe a tua mão,
Em qualquer parte de mim,
E faz-me não querer
Senão 
Pecar.





11.Jan.2016

No silêncio de mim


É aqui, no silêncio de mim,
Que tudo faz sentido,
Que os ruídos desaparecem
No escuro da solidão.

Entro em mim,
De forma profunda,
Numa análise introspectiva
Como quem pára de viver.

Suspendo-me a respiração,
Sufocando lágrimas de,
Quase, aflição,
Num corpo onde
Já não há
Lugar para um coração.

Olho-me,
De fora para dentro,
Dos olhos do rosto,
Para os olhos da alma.

E que vejo?

Uma simples mulher,
Perfeitamente (im)perfeita:
Receios (in)fundados
De não (te) conseguir ser feliz.

Não me vejo sozinha,
Que ninguém nasce para ficar só.
Vejo-te em cada cena,
Em cada sonho,
Em cada fantasia,
Desta minha vida pequenina.

Vejo-me como parte de ti.
Vejo-te como parte de mim.

Sou de ti indivisível,
Inseparável
Enquanto me queiras...
Mas amar-te-ei,
Porque não há outra maneira,
Até ao fim dos meus dias,
O resto da minha vida inteira!



11.Jan.2016