terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Ciclos






É no nascer do dia que a noite morre. Deixa de se sentir. Permite-se deixar de existir.
E suspensa fica, intermitente num respirar que é quase ausente.
Os olhos deixam de a ver e mantém-se, ao passar dos outros e dos seus olhares, indiferente. Distante. Não-vivente.
As horas deixam-se escorrer por entre os ponteiros de relógios de gentes apressadas na rotina dos dias.
Até que chega o momento de renascer. De voltar a viver. De voltar a sentir.
Tal como eu à espera de ti. Dia após noite. Cíclicos. Repetidos num movimento sempre igual e constante.
Ciclos a que já me habituei...


01.Dez.2015

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Sinto-te a falta




Sinto-te a falta.

Sim, sinto. Sei que parece impossível, quase idiota, mas sim, sinto-te a falta.
Nos dias em que as nuvens decidem chorar e apetece ficar em casa com o cheiro do bolo acabado de fazer. E o chá na caneca que serve para aquecer as mãos.

E nos dias de sol ameno, em que o jardim se enche do aroma das pequenas frésias coloridas ou das flores de laranjeira que o zumbir das abelhas acompanha, como que de mãos dadas.
E ver-te. Sinto falta de te ver. Dos teus olhos azuis cheios de uma vida vivida e vívida. Do teu sorrir quando os disparates me saiam pela boca como verdades empíricas.
Que sabia eu da vida? E ainda agora, com o que já vivi, não sei nada ainda.
Há caminhos que percorremos com receio de errar e sem os teus conselhos são mais difíceis de ultrapassar.

Sim, sinto-te a falta.

Mesmo nos dias em que as nossas conversas azedavam e nos afastavam. Pontos de vista diferentes e formas de olhar a vida diversas.
Mesmo nos dias em que não te orgulhavas de eu fazer parte de ti. Sim, sei que tiveste alguns. Talvez demais...
E nos dias em que me olhavas e vias, não a menina perdida e carente, mas a mulher decidida e firme, avançando nos dias da vida. Crescendo e ficando adulta.

Sim, sinto-te a falta.

Do carinho que só tu sabias dar. Do teu sentido de humor único e singular. Do amor incondicional que só tu tinhas por mim.
Das palavras que queria ter-te dito e ficaram guardadas no sufoco de um respirar.
Dos beijos e abraços que ficaram perdidos em momentos “menos apropriados”. E abraços e beijos e amos-te não têm tempo certo a não ser o tempo que se impõe pela vontade. Aquele momento, naquele tempo, naquele sentir que fica gravado em quem dá e recebe. E faltaram-me mais tempos e momentos destes...
Faltas-me, cada vez mais.



25.Nov.2015

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Hoje viajo ao som de...



"Do You Remember"


When did we lose our way?
Easier to let it go (mmm...)
So many can't tell anybody
Harder to let you know

Call me when you've made up your mind but you won't
Caught up in the way that you played my heart
Only love could ever hit this hard

Oh, don't be scared about it
Don't forget it was real
Do you remember the way it made you feel?
Do you remember the things it let you feel?

How do I make you stay
When it's easier to let you go?
Nobody knows what we know about it
No one needs to know

Call me when you've made up your mind but you won't
Caught up in a way that you played my heart
Only love could ever hit this hard

Oh, don't be scared about it
Don't forget it was real
Do you remember the way it made you feel?
Do you remember the things it let you feel?

When you love to your limit
You gave all you're given
Who you gonna pray to when you're there?
Will you find out that there ain't no other love
No other love for you?

Oh, don't be scared about it
Don't forget it was real
Do you remember the way it made you feel?
Do you remember the things it let you feel?

Oh, when you think about it
Do you remember me?
Do you remember the way it made you feel?
Do you remember the things it let you feel?

Odeio-te





Odeio-te.
Às vezes odeio-te ao ponto de querer bater-te. De querer trincar-te todo. De raiva,de um ódio que me sobe das entranhas. Que me enche por completo.
Às vezes odeio-te tanto que só me apetece mandar-te embora. Desistir de tudo. Viver só mas tranquila, sem este sentir que me mata e definha. Deixar de me sentir inútil e pequenina. Deixar de me sentir culpada sem ter culpa alguma.
Odeio-te.
Às vezes odeio-te ao ponto de odiar a mim mesma. Esta imperfeição de ser gente que odeia e ama e sente.
E por isso pareço demente, neste limbo de sentimento. De não te querer e desejar ter-te sempre presente.
Odeio-te.
Às vezes odeio-te. Quase tanto quanto te amo...





22.Nov.2015