quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Apaziguar
O dia percorreu já metade do seu curso, por entre gotas pesadas e refrescantes de uma chuva de Verão e o brilho, quente e forte, de um sol que brinca por entre nuvens e a folhagem das árvores que, suavemente, ondulam perante uma brisa quase ausente.
O tempo, esse, passa mais lento que o habitual e o silêncio que se sente contrasta com a vida fervilhante de um qualquer dia da semana. Hoje, nem o cantar dos pássaros se faz presente, é um tempo que passa ausente, de um nada constante.
Cá dentro, de mim, nada é diferente. Os minutos apesar de presentes são tempo que passa ausente, sem vida, sem barulho, sem tudo e cheios de nada, carregados de vazio.
Só as saudades por vezes alimentam o seu correr.
Saudades que me aumentam o pesar, o chorar e o te amar.
Saudades do teu sorrir, do som da tua voz por mim a chamar, do calor do teu abraço no encaixe perfeito de dois corpos que se sabem e de duas almas que sabem o que é amar. Verdadeiramente amar.
Saudades marcadas pela ausência do teu falar, do teu doce e intenso olhar onde sempre quis mergulhar sem receio de me perder na corrente do teu desejar, de te pertencer e de para mim te tomar.
Saudades que a cada dia se fazem aumentar incentivadas pelas falsas tréguas de que o tempo vai ajudar.
Não há tempo que ajude a matar o que eu por ti sinto, a apaziguar o meu te amar.
24.Junho.14
É nos teus olhos
É nos teus olhos
De um imenso mar
Que me perco,
Sem rumo,
Sem destino,
Sem medo de me deixar levar.
Entorpecida pelo olhar
Deixo que a tua boca,
Doce,
Húmida,
Quente,
Me beije e solte palavras,
Que me seduzem,
Envolventes.
E pelas tuas mãos,
Fortes,
Másculas,
Que me fazem,
A pele e o corpo,
Vibrar,
Permito que me conheças,
Que me desbraves caminhos
Antes adormecidos,
Nunca conhecidos.
E nos olhos vejo-me
Louca nesse tocar,
Entregue à luxúria do sentir,
À entrega do te amar,
Ao prazer de te pertencer.
É nos teus olhos,
Cor de mar,
Que me deixo naufragar
Até de mim
Me ausentar.
18.Junho.14
Retenho em mim
Retenho,
Em mim todas as vontades
De te sentir o cheiro,
De te sentir o sabor,
De te sentir o calor do corpo.
Em mim todas as vontades
De te sentir o cheiro,
De te sentir o sabor,
De te sentir o calor do corpo.
Abstenho-me
De te falar os sentires,
De com os lábios te sorrir,
De te demonstrar carinho,
De te mostrar o meu amor.
De te falar os sentires,
De com os lábios te sorrir,
De te demonstrar carinho,
De te mostrar o meu amor.
Detenho-me
Perante a incerteza dos sentimentos,
Perante a ausência de nós amarmos,
Perante a indiferença ao que sou.
Perco-me,
Fico para trás,
Afasto-me,
Com todo o corpo a pedir
Que as palavras que tento esconder, encobrir,
Não brotem, a jorros, desta boca que quase não consigo calar.
Perante a incerteza dos sentimentos,
Perante a ausência de nós amarmos,
Perante a indiferença ao que sou.
Perco-me,
Fico para trás,
Afasto-me,
Com todo o corpo a pedir
Que as palavras que tento esconder, encobrir,
Não brotem, a jorros, desta boca que quase não consigo calar.
Morro-me,
Por inteiro,
Dentro deste peito,
De amor por ti.
Por inteiro,
Dentro deste peito,
De amor por ti.
17.Junho.14
Faz-me falta
Faz-me falta.
O cheiro do teu corpo que me inebria.
O som do teu riso, da tua voz chamando por mim.
O calor do teu abraço e o conforto do teu carinho.
Faz-me falta.
O barulho das tuas mãos deslizando no meu corpo.
O paladar dos teus beijos inundando-me os lábios.
O toque dos teus dedos afagando-me o rosto e o cabelo.
Faz-me falta.
O teu olhar descortinando os meus medos,
O teu sorriso apaziguando-me a ansiedade,
Os teus braços mostrando-me uma realidade que se vive nos sonhos.
Faz-me falta,
A tua imensa presença,
A tua essência,
O teu comigo querer estar,
A tua paixão,
O teu desejo.
Faz-me falta,
O teu me amar.
17.Junho.14
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