quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Retenho em mim




Retenho,
Em mim todas as vontades
De te sentir o cheiro,
De te sentir o sabor,
De te sentir o calor do corpo.
Abstenho-me
De te falar os sentires,
De com os lábios te sorrir,
De te demonstrar carinho,
De te mostrar o meu amor.
Detenho-me
Perante a incerteza dos sentimentos,
Perante a ausência de nós amarmos,
Perante a indiferença ao que sou.
Perco-me,
Fico para trás,
Afasto-me,
Com todo o corpo a pedir
Que as palavras que tento esconder, encobrir,
Não brotem, a jorros, desta boca que quase não consigo calar.
Morro-me,
Por inteiro,
Dentro deste peito,
De amor por ti.


17.Junho.14

Faz-me falta




Faz-me falta.
O cheiro do teu corpo que me inebria.
O som do teu riso, da tua voz chamando por mim.
O calor do teu abraço e o conforto do teu carinho.
Faz-me falta.
O barulho das tuas mãos deslizando no meu corpo.
O paladar dos teus beijos inundando-me os lábios.
O toque dos teus dedos afagando-me o rosto e o cabelo.
Faz-me falta.
O teu olhar descortinando os meus medos,
O teu sorriso apaziguando-me a ansiedade,
Os teus braços mostrando-me uma realidade que se vive nos sonhos.
Faz-me falta,
A tua imensa presença,
A tua essência,
O teu comigo querer estar,
A tua paixão,
O teu desejo.
Faz-me falta,
O teu me amar.


17.Junho.14

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Entregues



Lábios, boca,
Peito, abraço,
Beijos, pele que arrepia.

Mãos, toques,
Dedos, deslizando,
Carne que delira.

Sexos ansiosos,
Penetrando, recebendo,
Luxúria emergente
Transbordando sem controle.

Corpos molhados
De saliva,
De suor gotejado,
De tanto nos amarmos.

Almas entregues
Ao delírio do prazer,
Fundidas entre si,
Num sentimento que ultrapassa o ser.


09.Junho.2014

É nesta hora



É nesta hora em que o dia se entrega ao domínio da noite, em que o sol se deixa abraçar pelo mar e a sua luz deixa de brilhar, que as horas mais demoram a passar. Horas longas, feitas de minutos lentos, de ponteiros quase parados contrastando com o fervilhar de gente que regressa ao lar em passos acelerados acompanhados da alegria do riso de crianças.
É nesta hora que o meu corpo relaxa, repousado na cama, nos lençóis onde as marcas do teu corpo junto ao meu, já não se vêem.
Mas eu sinto-as.
Eu tenho-as marcadas em mim. Nesta pele que me cobre. No cheiro que faz parte de mim. No paladar da minha boca. No molhado dos meus lábios. No calor da minha carne. No âmago do meu peito. No bater do meu coração.
Em mim. Em toda o que eu sou. Em cada pedaço deste meu ser. Em cada recanto da minha alma.
Presente. Intenso. Forte. Irredutível. Inesquecível. Eterno. Para sempre.
Marcas que me acompanham e me invadem deste sentir que não tem dimensão, que me enche por completo, que me inunda por dentro e se vê cá fora, no arrepiar da pele, no suspirar sussurrado, no abraço de corpo completo, no deitar a cabeça e deixar-me, no teu peito, adormecer.
E as saudades a nascer. A crescer. A fazer-me ansiar por te ter. Por te ver. Por te envolver. Por te beijar. Por te amar. Por te viver... De novo.
 
05.Junho.2014