segunda-feira, 2 de junho de 2014

É no teu corpo

 


É no teu corpo
Que o meu se entrega,
Inebriada pelo teu cheiro,
No teu gosto viciada.

É no teu corpo
Que o meu se transforma
De menina doce e delicada
Em mulher fatal,
Ousada,
Por ti insana.

É no teu corpo
Que o meu sente
Todos os desejos concretizados,
Fantasias realizadas,
Por entre abraços e beijos,
Por entre as tuas estocadas
Dentro do meu ventre,
Que se entrega descontrolado,
Ao ritmo que imprimes,
Ao sabor do teu desejo,
Vertendo o seu líquido
De prazer incontido.

É no meu corpo
Que te recebo,
Imponente, soberano,
Senhor do meu deleite,
A ti,
Por inteiro,
Eu pertenço.
 
 
30.Maio.2014

Guiada

Quero ser guiada
Pelas tuas mãos presas nas minhas
Por caminhos que desconheço,
Por novas e ousadas estradas
Feitas de sonhos e de sorrisos fáceis,
De um amor que nos dá forças.

Quero perder-me
Por entre os odores
Que te denunciam a presença,
Que te fazem chegar a mim muito antes de ti.

Quero deixar-me ir
Por pensamentos que deixo calados
Em lábios que beijas
Sem medos,
Por entre olhares que falam
De tudo e de nada,
E me confortam,
Protegem,
Me fazem sentir amada.

Quero mais,
Quero tudo,
Quero sempre,
Agora, que logo é tarde demais,
Esse teu me adorar,
Junto com o meu te amar,
E viver,
Sem receio do que há-de vir,
Sem medo do que pode acontecer,
Pois não há nada,
Que contigo não enfrente,
Que contigo me faça temer.
 
 
 
29.Maio.2014

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Não! Não chega!



Há dias em que sinto a tua falta. Demasiado. Bem cá dentro, no fundo do peito, umas vezes como uma dor suave e doce, estável, constante; outras como se um vazio me enchesse desse nada que se espalha, aqui, na zona do coração e apenas vácuo o preenchesse. Nada de sangue bombeado, vermelho e carregado de vida. Não! Apenas um vazio imenso.

Há dias em que a tua voz não me é suficiente. Nem nada que se pareça. O sussurrar dos teus lábios debitando palavras banais de dias partilhados são melodias que me inebriam os sentidos e desejo que nunca, nunca páres de falar. De ME falar. De TE partilhares comigo nas mais pequenas e singelas coisas do dia-a-dia. De me sentir parte da tua vida.

Há dias em que o teu toque é ínfimo para as minhas necessidades. Demasiado. Não que não te sinta, que não me toques o rosto, olhando-me nos olhos, falando-me sem palavras de um amor que nos une, antes de me beijares. Mas é pouco, tão pouco. Nem todos os beijos, nem todos os abraços, nem todos os toques carregados de desejos impressos na minha pele, na minha carne sob todas as formas que inventas para me amar, para me fazer tua e a mim te entregares, me chegam.

Não! Não chega!

Porque há dias em que o meu sentimento por ti me ultrapassa, me trespassa e eu sou apenas a que te ama, incondicional e eternamente. E isso, não cabe em mim, não me preenche assim, fácil os momentos em que não estás comigo. É como se me faltasse o ar para respirar. É como se eu quisesse em ti me misturar, em ti para sempre ficar.
 
 
 
29.Maio.2014

Entrego-me



Entrego-me
Ao sabor húmido da tua boca nos meus lábios,
Da tua língua lutando com a minha,
Do teu gosto misturando-se com o meu.

 Entrego-me
Ao toque das tuas mãos na minha pele,
Que se arrepia perante o frenezim
Da tua vontade imprimida na ponta dos dedos
Apertando-me,
Marcando-me e obrigando-me a dizer que sim.

Entrego-me
Ao teu desejo incessante
De me ter subjugada a essa vontade
De horas plenas de luxúria,
De fantasias e personagens inventadas,
Que nos aumentam a líbido
Em gemidos que crescem de tom,
De ritmo, de intensidade.
E, o teu corpo,
Dentro do meu,
É animal sem rédeas, sem controle,
Cavalgando desenfreado,
Acabando com a sede
De nos amarmos,
Matando-nos esta fome!
 
 
28.Maio.2014