quarta-feira, 21 de maio de 2014

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Indefesa



Indefesa,
Nos lances que o teu olhar,
Desafiador,
Investe sobre as minhas vestes,
Adivinhando
O arrepiar da pele,
E o sorriso que se entre-abre,
Mostrando o brilho da boca
Sedenta
De se juntar à tua.

Lábios que se tocam,
Desvendando sabores
Em movimentos lentos,
Subtis,
Provocadores.

Língua na língua,
Numa luta desenfreada
Demonstrando a vontade,
O desejo que aumenta.

Mãos que se tocam,
Que se largam,
Que exploram os contornos dos corpos,
Ansiando o afastar das vestes,
Que a pele e a carne já desesperam!

Dedos que tacteiam
Pontos escondidos,
Desvendados por gemidos
Soltos no meio de um beijo,
Deslizando,
Humedecidos,
Pelo tesão provocado,
E,
Invadida me sinto,
Uma e outra e outra vez,
Até me entregar,
Rendida,
Ao supremo prazer,
De assim,
Indefesa,
Te pertencer.
 
 
19.Maio.2014

Talvez...

 

É estranho quando no meio de tantas almas, de tantos sorrisos, de tantas palavras soltas e ditas em momentos infindos, a solidão e o vazio permaneçam. Sejam prementes no peito. No corpo. No coração.
Talvez eu seja demasiado exigente com os outros.
Talvez eu seja demasiado intransigente com os que me rodeiam.
Talvez eu não me dê como deveria: de forma leve e superficial.
Talvez eu me devesse rodear de mais pessoas.
Talvez eu devesse não me entregar desta forma: completa e totalmente.
Talvez eu devesse reservar-me um pouco mais.
Talvez devesse guardar-me um pouco mais.
Talvez...
Talvez devesse deixar de tentar ser perfeita. A cada dia adaptar-me e crescer e melhorar.
Talvez devesse ser mais egoista. Mais descontraída. Mais dada aos meus defeitos.
Talvez assim, me sentisse menos gorada nas expectativas de receber o quanto (penso que) dou.
Talvez devesse deixar-me apenas levar pelo correr das horas, como folha manietada pelo vento, avançando ou recuando, fazendo ou não.
Talvez...
 
 
15.Maio.2014

Escorre-me


Escorre-me
Pela pele molhada,
De gotas salivada,
A ânsia do teu querer.
 
Escorre-me
Pelo corpo a vontade,
De sentir a tua boca
Lânguida,
Demorada e lenta,
Desenhando-me desejos.

Escorre-me
Pela carne o tesão
De me querer em ti perder,
De te querer em mim a entrar,
A tomar,
A me fazer te pertencer.

Escorre-me
Pelas entranhas o líquido
Que louca,
Demente e
Insanamente
Em mim derramas,
Num momento
Em que os corpos
São apenas e tão somente
Um.
 
 
13.Maio.2014