segunda-feira, 7 de abril de 2014

Rendo-me

Rendo-me.
No aconchego do teu abraço,
No calor do teu regaço,
Sou mulher feita menina,
Carente, perdida,
E eu,
Rendo-me.

Inebriada pelo teu cheiro,
No sabor que a minha boca
Retém do teu beijo,
A pele quente arrepia,
Reage ao deslizar do teu toque,
E eu,
Rendo-me.

O corpo chama-se desejo
E a carne é pecado
Que à tua se entrega,
Enlevada pela loucura,
Pela ânsia de sentir,
Pela vontade de pertencer,
E eu,
Rendo-me
Ao teu tão bem me saber
Como tocar e fazer perder,
Na luxúria do teu corpo
No meu a entrar,
Sugando-me,
Devorando-me,
Enchendo-me,
Dando-me e recebendo-me
De imenso,
Intenso prazer!
 
 
 
05.Abr.2014

No meio de mim

 

É no meio de mim
Que o tempo se detém,
Como que aprisionado,
Como se perdido,
Encontrasse ninguém.

É no meio de mim
Que o sentir vai crescendo
Sob a égide do sonho,
Em que a memória é rainha
E o sabor se rende
Ao molhado do teu beijo.

É no meio de mim
Que o meu peito vai sentindo
Todo o frenesim do arrepio
Do teu toque divino,
Deixando-me rendida
Ao saber do teu tomar
E o meu corpo vai-se abrindo,
Todo o meu querer te entregando,
Sem rodeios, sem temer
Que me tomes a teu,
Tão único,
Belo prazer!

É no meio de mim
Que o corpo agora vazio,
Sem roupas,
Apenas de ti vestido,
Se deixa ao abandono,
Prostrado, no leito deitado,
Quente,
Molhado e suave,
No rescaldo do rodopio
Das voltas de te ter amado,
Que me sinto mais viva,
Mais sedenta, esfomeada,
No teu gosto viciada.

É no meio de mim,
Do meu peito acelerado,
Que te guardo assim,
Belo, perfeito,
Loucamente amado!
 
 
03.Abr.2014

Procuro

 


Procuro pedaços de mim
Espalhados pelos dias
Que passsam,
Sem demora, sem fim.


Percorro por entre
Estilhaços de um eu
Que não se percebe,
Que, por vezes,
Parece que se perdeu.

Encaixo as peças soltas
Em puzzles imensos
De partes de vida,
De sentimentos,
Que me deixam sem mim,
Perfeitamente oca.

Alinhavo todos os feitos
Que nada produziram,
Em análise dos sonhos
Que perdidos se tornaram.

Cozo usando as linhas
De um pensamento,
Num caminho que percorro,
Turvo e cego,
E ainda que com receio,
Avanço sob o desconhecido,
Deixando o passado ficar,
Imóvel e guardado,
Num canto do que já foi
O meu ser.

Reato laços invisíveis
Com o sabor do querer,
Com a força do fazer,
Com a esperança da vontade,
De querer,
Que o coração,
Volte a bater,
Que o corpo volte a sentir,
Que a Alma volte a acreditar,
Que a vida,
Vale a pena viver.


 
 
 
31.Mar.2014

A pele comanda

 


Hoje a pele comanda
Todos os sentidos,
Guiada pela vontade
De me perder nos teus gemidos,
Ousados,
Desvairados,
Pelo ritmar do teu corpo
No meu entrando
Sob o lema do pecado,
Do toque,
Da luxúria de te pertencer,
De em ti,
Por ti,
Desvanecer
De tanto e imenso Prazer!
 
 
 
28/.Mar.2014