Há ausências despercebidas, de quem entrou e saiu da nossa vida, como se a visão estivesse turva e há apenas uma memória que se apaga, mais e mais, a cada dia. Passagens superficiais, em conversas circunstanciais e de importâncias banais.
Há ausências que nos marcam, que deixam em nós vazios que, bem dentro do peito, sabemos, jamais serão preenchidos.
Partidas que não levam consigo o regresso, que são vazias do retornar aos que já se pertenceram. São caminhos sem volta, sem a vontade de, de novo calcorrear, trilhos outrora desconhecidos e agora carregados de rotinas instaladas. Ou da não vontade de andar lado a lado e descobrir novos sonhos, de mão na mão ou braço dado.
Mas depois, depois de todas as ausências, depois de todas as partidas, há a tua.
A tua Ausência. A tua partida.
E dói. De cada vez que recordo, dói.
Aqui, no peito que por ti foi habitado. No coração que a ti foi devotado.
E as saudades. E as lembranças.
E as palavras trocadas sem promessas realizadas, sem sonhos concretizados, sem realidade acontecida.
Nunca um sentimento foi tão puro e verdadeiro.
Nunca a vida foi tão (im)perfeitamente vivida.
Resta um punhado de simples e pequenos nadas.
E a falta de recordações que atestem tudo o que não foi e poderia ter sido.
26.Mar.2014