segunda-feira, 7 de abril de 2014

Horas mortas

É no silêncio
Das horas mortas
Carregadas de vida
No passar de quem não mora,
Não habita cá dentro,
Que me encontro
Só e vazia
De todos os sentires
Que alguma vez
Já senti.

É no passar dos dias
Que, olhando ao espelho,
Vejo apenas um rosto
Carregado de desejo
Que não se mostra,
Inundado de pejo
Por se sentir perdido
Neste maranhal de gente,
Incompreendido.

É na ausência de palavras
Que o teu falar
Mais me diz,
Tranformando olhares
Em rimas de versos
Soltos ao sabor de um sentir,
Que apesar de ler,
Apesar de nele acreditar querer,
Me parece difícil de acontecer.

É na tua presença
Que me entrego,
De forma isenta de teatros,
De máscaras criadas em palcos
Que não são meus.
É na tua presença
Que me mostro,
Sem medo da recusa,
Pleno de sinceridade,
De corpo e Alma abertos,
Desnudada de todos
Os artifícios.
Insegura,
Carente,
Sedenta do teu amor,
Com fome do teu abraçar e
Do teu me proteger.

É no silêncio
Das horas mortas
Que quero no teu peito,
Adormecer
E, de novo criada,
Renascer.


25.Mar.2014

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