sexta-feira, 14 de março de 2014

Na pele

 
Nesta pele que me cobre
Há um toque que me arrepia,
Há lábios que,
Molhando,
Desenham novos caminhos,
Descobrem novos contornos
De um sentir que é apenas meu.

Nesta pele que se deixa percorrer
Há vontades inacabadas,
Inconcluidas,
Perfeitamente imperfeitas
No seu contínuo desejar.

É esta pele que se perde
Em arrepios feitos de sentidos
Perdidos no correr de um tempo
Que nunca me chega,
Nunca me cansa,
Nunca me satisfaz.

É nessa (tua) pele
Que procuro saciar-me
Em insanas aventuras
Feitas de beijos e de línguas,
De pernas entrelaçadas,
De mãos que vagueiam
No sentido único de te sentir,
De te ter em mim,
Cá dentro deste ventre
Que anseia por esse teu dar,
Por esse me realizar,
Por esse imenso concretizar
Que é sentir o corpo vibrar,
Em uníssono,
No culminar do nosso
Prazer.

12.Mar.2014

quarta-feira, 12 de março de 2014

Rasga-me


Rasga-me a pele
Este sentir imenso
Que me invade sem tréguas
E me inunda sem medo.

Rasga-me o peito
Este amor que sinto,
Quer saltar, mostrar-se ao mundo,
Por ser mais que perfeito.

Rasga-me a carne
E faz o coração bater
De tão forte e intenso
Esta razão do meu viver.

É ar que respiro
E alimento que sorvo,
É água que a alma lava
E felicidade no rosto.

É beber de ti
Inebriando os sentidos,
É provar de ti,
Do teu ser e do teu corpo
E ficar viciada no teu gosto.

É sentimento que se sente,
No peito,
Na Alma,
Na pele
E no corpo,
Que me comanda as vontades,
Que me controla os desejos,
Que me traz o sorriso aos lábios,
Que me completa e me faz imensa,
Que me enriquece e nunca me aborrece,
Que me dói
No peito,
Na Alma,
Na pele
E no corpo
A ausência do teu ser.

Rasga-me sem doer,
Trespassa-me e ultrapassa-me
De tão grande,
Por ti,
O meu Amor.
 
11.Mar.2014

Gosto(s)


Gosto
Quando me tocas de leve
Neste corpo
Que sendo teu,
Que já te conhecendo,
Sente como novo,
Com surpresa
Ao teu suave deslizar.

Quando os teus lábios
Se juntam aos meus
E o teu gosto,
Único,
Viciante,
Inebriante,
Se junta e mistura com o meu.

Quando a tua pele
Quente e suave
Se enconta na minha,
Arrepiando-me,
Seduzindo-me
Sem tréguas
Num roçar que perpetua
Pelo teu querer,
Pelo meu desejar,
Pelo meu te pertencer,
Pelo teu me tomar.

Gosto
Quando o meu corpo é marioneta
Nas tua mãos
E me abro,
Exposta aos teus
Insanos devaneios,
Enlouquecida
De um prazer imenso
Que é este de te sentir,
De te ter dentro de mim,
Do meu ventre quente e húmido
Por te acolher
Nesse ritmo alucinado
De quem ama
Com todo o ser!
 
10.Mar.2014

Palavras II

 

Há palavras que ficam guardadas,
Retidas na saliva de um verbo não dito,
Retraídas no som do silêncio.

Há palavras que nos sufocam
De tanto que tentam saltar-nos pela boca,
De tanto que se detêm na hora de se soltarem.

Há palavras que nos ferem o sentir,
Que nos doiem cá dentro,
Que nos rasgam a pele
E sangram o coração,
Que nos fazem guardar a dor
E nos inflamam o peito.

Palavras que deveríamos esquecer,
Que jamais deveríamos lembrar,
Que jamais deveríamos sentir.

Palavras que os olhos desenham
Em lágrimas de saudade
Salgadas,
Escorrendo no rosto.

Palavras que não são lidas,
Que não são entendidas,
Que não se completam
Com o teu entendimento.

Há palavras que se guardam
Como tesouros feitos de sonhos
Que são vividos,
Que são a razão de muitos sorrisos.

Há palavras que deveríamos recordar,
Que jamais deveríamos apagar,
Que jamais deveríamos deixar de sentir.

Palavras que os lábios soltam em sorrisos
De cores quentes carmim,
Que o vento se apraz em carregar.

E há palavras que nunca chegam,
Que nunca são suficientes,
Que nunca representam a verdade,
Que não são capazes
De representar,
De ilustrar,
De explicar,
O meu sentir,
O meu viver,
O meu sabor e o meu saber,
Incapazes de exprimir,
O meu imenso
Amor por ti.


05.Mar.2014