quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sussurro Imaginado


Há no som do teu falar
Um encanto que me envolve,
Um sussurro que sopra
Feito brisa
No meu corpo.
Arrepio que me invade,
A pele que não resiste,
E a tua voz
Que não pára
De me entrar pelo ouvido,
De me atordoar
Cada um dos sentidos.
Sinto na boca o sabor
Do teu ávido beijo
Pleno de palavras não ditas
Em sons que não invejo.
No olhar as lágrimas
Sucedem-se sem jeito,
Tamanha a euforia
De um amor que não se mede,
Não tem peso, nem medida.
O calor que em mim cresce,
Aclamado pela vontade,
De um querer-te, demasiado,
Em mim perdido
De desejo encontrado
No meio do meu corpo,
Encerrado no meu ventre
Por ti aberto,
Por ti tomado,
Por ti penetrado,
Por ti jorrado
De um prazer jamais sentido.
E assim divago no pensar,
De um sussurro imaginado.
 
11.Jan.2014

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Recantos

 

Recantos
Guardados nas curvas
De um corpo que
Deseja,
Sente,
Anseia.
Recantos
Descobertos ao passar
De uma mão
Desejosa de toque,
Despertando,
Arrepiando
Esta minha pele.
Recantos
Percorridos pela boca
Sedenta do gosto
Do querer da entrega,
Do gotejar do amar,
Do jorrar do prazer.
Recantos
Teus,
Em mim!
 
07.Janeiro.2014

A espera




A espera permanece,
Incólume ao passar do tempo,
Sem noção do que o coração sente,
Alheia ao crescer do tormento
Que é a ausência,
Do som do teu corpo
Passeando em forma de abraço
Por esta pele
Quente, de desejo,
Arrepiada pela vontade
De sentir o paladar do teu beijo
Deslizando por mim,
Encontrando recantos,
Aumentando o frenesim.
A espera permanece
Gravada neste corpo
Desde a hora em que me despeço
Do teu cheiro no leito,
Onde acabamos de acordar
De uma noite onde o luar
Não se fez notar,
Onde apenas o teu olhar,
Carregado de vontade
Do meu gosto provar,
Do meu corpo tomar,
De me pertencer,
De me penetrar,
De prazer me fazer
Gemer, gritar,
Ansiando pelo momento,
Desesperando por de novo te ter
Deitado ao meu lado,
E voltar-te amar
Desenfreada e loucamente,
Calma e docemente,
E, no fim, em ti adormecer
Para de novo acordar,
Para de novo te esperar!
 
 
07.Janeiro.2014

Fugir



Não há forma de fugir,
Escapar ao destino,
Nem sequer de o iludir,
Desviar-me do caminho.
 
Tentar escapar
Ao meu maior desejo,
É ilusão do pensar,
É cobrir-me de pejo.

Entrego-me sem pudor,
De alma lavada,
O rosto cobre-se de rubor,
Quando a boca é beijada.

Deixo a roupa cair,
No chão fica espalhada,
E o corpo a reagir,
Sob a forma da pele arrepiada.

E o teu toque é sensação
Maior que já senti,
É como perder o chão,
E entregar-me e confiar em ti.

É dar-me por completo,
Num momento tão intenso
Em que o prazer é repleto
De um amor imenso!
 
 
 
06.Janeiro.2014