sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Arrepio




Sinto um arrepio,
Feito do sopro de um sussurro
De palavras ditas
Em segredo,
Junto ao ouvido.

Sinto a pele
Que se entrega,
Sem demora,
Ao delírio
De um querer
Que não se conta,
Que é segredo.

Sinto-te o corpo
Quente, vibrante,
Poderoso no tomar,
Intransigente no tocar,
Indulgente no prazer
De me fazer te pertencer,
E tão ardentemente,
Te desejar.
 
17.Dez.13

Palavras




Há palavras que se retêm na boca,
Presas por entre os lábios
Quentes e molhados de beijos
Intensos,
Trocados em momentos
Na memória gravados.

Há palavras que desejam soltar-se,
Gritar todo o sentir,
Todo o sabor
E todo o poder
Deste nosso partilhar,
Deste nosso querer.

Palavras que não descrevem
O doce sabor do beijo
Roubado por lábios
Sedentos desse (teu) gosto
Que (me) vicia e domina.

Palavras que se acanham,
Que são pequenas,
Parcas,
Carregadas de insignificância
Perante tamanho sentimento
Que me une a ti.
 
Palavras que coram
De um rubro carmim
As faces do meu rosto
Após o teu abraço
Dado em todo,
Por todo,
Este meu corpo,
Por esta pele
Que tocaste,
Por esta carne
Que provaste
Tomaste como tua,
Sem que palavras fossem ditas,
E apenas gemidos,
De um louco e insano prazer,
Fossem proferidos.

Há palavras que nunca nos saiem do corpo...
 
 
16.Dez.13

Sem ti




A noite reina num céu carregado de pequenos pontos luminosos em que apenas os solitários, os desesperados se atrevem a olhar e, o frio mostra que está no auge através da nuvens quentes que se formam ao ritmo do respirar.
As pedras da calçada brilham com o gelo sob um luar que não aquece nem o ar, nem uma réstia de esperança.
Aqui, o calor contrasta com a paisagem gravada nas janelas.
Aqui, vive...-se a vida de quem é amado, de quem ama incondicionalmente. E eu amo-te assim: incondicionalmente.
Sem restrições.
Sem razão e consciente.
Sem receio e temente.
Sem porquês e questionando.
Tudo e ao mesmo tempo nada. Nada e ao mesmo tempo tudo.
Um amor que me invade por completo, que me extravasa, que me ultrapassa.
Um amor sem o qual não respiro e que me sufoca.
Vejo-te ao meu lado, deitado e, de olhos fechados, sonhando e tenho a certeza que não vivo sem ti.
E tenho a certeza que te amo mais que a mim.
E tento, a cada dia, matar-te um pouco em mim porque preciso não depender tanto assim, porque preciso amar-te na medida de tu a mim, porque preciso aprender a gostar de mim e a viver só, sem ti.
 
11.Dez.13

Ténue



Ténue o toque
De um sol suave
De Inverno
Que me toca a pele,
Doce,
Ao ritmo de um respirar
Lento,
Que saboreia o passar
Dos segundos de forma
Intensa.

Ténue o som
Da vida no passar
Dos teus dedos
Que me acariciam
O corpo
Despido,
Deitado no leito
Em que nos amamos,
Em que nos pertencemos.
 
Ténue o sabor
Do teu corpo
Suado de me amar,
De me fazer mulher,
De me deixar
Louca
De tanto e insano
Prazer
Que me ofereces,
Quando frenético,
Me penetras,
Me preenches por dentro.

Ténue o bater
Do coração,
Meu e teu unidos,
Compassados,
Num absorver
Desta tão grande,
Imensuravel emoção,
De tamanha adoração,
De tão forte sentir
Que me acalma a alma,
Me desassossega a pele,
Me entorpece o pensar,
Me desperta os sentidos.

Ténue cada palavra
Sussurrada ao ouvido,
Cada lembrança
Gravada na memória,
Cada promessa
Dita olhos nos olhos,
Lábios nos lábios
Num beijo selada
Com a certeza de um amar
Que não vai,
Nunca,
Acabar.

Ténue
Porque te desejo
A cada dia,
Porque te amo
A cada hora,
Porque me entrego,
De corpo e alma,
A cada minuto,
Cada vez mais
Sem medo,
Sem medida!
 
6.Dez.13