terça-feira, 11 de junho de 2013

Pergunto-me

Pergunto-me
O que fazes
Quando as horas demoram
Um tempo demasiado longo
Num Inverno que não tem fim.

Pergunto-me
Por onde vagueia
O teu pensar
E se tem um rumo
Ou anda apenas a navegar.

Pergunto-me
Se o teu corpo
Se estende aconchegado
Pelos braços de um outro alguém
Ou se te cobres de lembranças
De um calor que já foi teu.

Pergunto-me
Se no teu coração
Ainda há aquela chama
De um amor que não acaba
E que a saudade não mata.

Pergunto-me,
Desdobro-me
Em questões mil
Apenas para me iludir
E acreditar que,
Ainda e sempre,
Eu vivo no passar dos teus dias.


11.Jun.13

Um lugar

Eu tenho um lugar
Onde tudo acontece,
De forma incessante,
Num correr que se estende.

Eu tenho um lugar
Onde me aconchego
Do frio dos dias sem luz,
Do vazio que inunda as horas
Que passo afastada daí.

Eu tenho um lugar
Onde o calor do sol
Jamais desaparece,
Se sente quente na pele,
Carícia que me enternece.

Eu tenho um lugar
Onde o cheiro que se sente no ar
É de sândalo e alecrim,
De orvalho da manhã no jasmim,
Numa pele que extravaza
Todo um gostar,
Todo um querer,
Que foge de dentro de mim.

Eu tenho um lugar
Que sabe a um amor
Que se sente na Alma,
Que se mostra no entrelaçar dos corpos,
Que se olha nos lábios molhados
Em beijos trocados.

Eu tenho um lugar
Que me aceita sem perguntas,
Que me deseja sem renúncias,
Que me recebe por completo
E me desculpa,
E me acalma,
E me apoia.

Um lugar que é o teu Amar,
Feito abraço no teu peito,
Onde o sono é descanso,
Onde me renovo por inteiro.

Eu tenho um lugar,
O teu Amar,
Onde sou imperfeitamente perfeita.
 
9.Jun.13

XV Verdade Irrefutável


... Quando o teu olhar desliza pela minha pele até encontrar o meu, já me desvendaste o que as palavras não conseguem descrever.

8.Jun.13

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Há um cair

 
Há um cair do pano em tudo o que se sente, em tudo o que se faz, em tudo o nos envolve.
Há um suave deslizar, imperceptível ao olhar, que avança doce e lentamente, ganhando espaço num constante crescente, como o Sol de fim de dia que desaparece perante a Lua e a noite comanda as horas de tempos parados, sentidos numa cama vazia.
E o pano desce num palco de inconstantes e variados cenários carregados de imensas memórias, de sons e paladares, de cheiros e palavras audazes partilhadas em momentos que duram vidas.
E tudo de ti dura em mim como se nunca partisses, como se o tempo se detivesse, parasse contigo aqui, em mim, neste corpo que baila a dança da vida. Como se nunca chegasses e nunca te sentisse o preenchido da tua ausência.
Todo o meu corpo reclama do que a Alma sente falta.
Toda a minha pele te aclama sobre um palco que não precisa ter cama para sermos os protagonistas de uma sentir, de um partilhar, de um querer que não abranda ou acalma.
No meu palco da vida, o pano cai vezes sem conta em fins que não se notam, mas aqui, no meu corpo e na minha Alma, tu resides, tu és tudo o que me faz falta e o que me completa.
A cada dia.
A cada noite, tomada, beijada e amada.
 
8.Jun.13