segunda-feira, 10 de junho de 2013

Há um cair

 
Há um cair do pano em tudo o que se sente, em tudo o que se faz, em tudo o nos envolve.
Há um suave deslizar, imperceptível ao olhar, que avança doce e lentamente, ganhando espaço num constante crescente, como o Sol de fim de dia que desaparece perante a Lua e a noite comanda as horas de tempos parados, sentidos numa cama vazia.
E o pano desce num palco de inconstantes e variados cenários carregados de imensas memórias, de sons e paladares, de cheiros e palavras audazes partilhadas em momentos que duram vidas.
E tudo de ti dura em mim como se nunca partisses, como se o tempo se detivesse, parasse contigo aqui, em mim, neste corpo que baila a dança da vida. Como se nunca chegasses e nunca te sentisse o preenchido da tua ausência.
Todo o meu corpo reclama do que a Alma sente falta.
Toda a minha pele te aclama sobre um palco que não precisa ter cama para sermos os protagonistas de uma sentir, de um partilhar, de um querer que não abranda ou acalma.
No meu palco da vida, o pano cai vezes sem conta em fins que não se notam, mas aqui, no meu corpo e na minha Alma, tu resides, tu és tudo o que me faz falta e o que me completa.
A cada dia.
A cada noite, tomada, beijada e amada.
 
8.Jun.13

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