terça-feira, 26 de março de 2013
Frio
O frio mantém-se em mim de uma forma mais que permanente: cresce, aumenta, não cessa de avolumar, de me dominar, de de mim se apoderar.
Um frio que nem as flores conseguem dissipar, que nem o sol é capaz de evitar deste se agigantar.
Um frio que é saudade, ausência, falta.
Falta do teu gargalhar, do teu abraço ao deitar, do calor do teu corpo que faz adormecer num sono descansado, sem medos e sem o constante e sobressaltado acordar...
Faltas-me mais do que podes imaginar.
21.Mar.13
Indiferente à vida
O corpo desperta de um torpor que chega ao fim, numa cama deserta de calor onde os lençóis retêm o frio de um qualquer fim.
Pela janela pressente-se que o dia acordou sereno e sem pressa sob a égide de um dia quase de Primavera onde os pássaros reinam nos ramos das cerejeiras de jardim e das ameixoeiras carregadas de frágeis flores de cores suaves e que se entregam ao vento ainda gelado.
Espreito o mundo lá fora e não há nada de novo e as pessoas são as mesmas: invisíveis para as outras, indiferentes a quem passa e desinteressadas por quem passam. Algumas esboçam sorrisos genuínos ou da cor de um pálido sol quando se cruzam com um rosto mais ou menos íntimo, dependendo do número de vezes que se cruzaram na paragem do autocarro ou no singelo e solitário café da manhã no balcão de uma qualquer pastelaria.
Mas os rostos não são doces, são amargos de dias sempre iguais e em que rodeados de outros rostos exactamente iguais, são únicos e solitários neste passar de horas e compassos e hábitos e rotinas sempre repetidos.
E eu olho pelo vidro da janela e vejo o reflexo de mais um rosto que quando chegar à rua, será mais um igual ao resto.Pela janela pressente-se que o dia acordou sereno e sem pressa sob a égide de um dia quase de Primavera onde os pássaros reinam nos ramos das cerejeiras de jardim e das ameixoeiras carregadas de frágeis flores de cores suaves e que se entregam ao vento ainda gelado.
Espreito o mundo lá fora e não há nada de novo e as pessoas são as mesmas: invisíveis para as outras, indiferentes a quem passa e desinteressadas por quem passam. Algumas esboçam sorrisos genuínos ou da cor de um pálido sol quando se cruzam com um rosto mais ou menos íntimo, dependendo do número de vezes que se cruzaram na paragem do autocarro ou no singelo e solitário café da manhã no balcão de uma qualquer pastelaria.
Mas os rostos não são doces, são amargos de dias sempre iguais e em que rodeados de outros rostos exactamente iguais, são únicos e solitários neste passar de horas e compassos e hábitos e rotinas sempre repetidos.
E o dia passará indiferente à vida que é possível viver...
21.Mar.13
Só tu...
Permitir que o silêncio me invada o corpo vazio com essa ausência de palavras.
Deixar que cresça em mim ocupando-me a mente com pensamentos de um nada repleto de coisa alguma.
Deixar que cresça em mim ocupando-me a mente com pensamentos de um nada repleto de coisa alguma.
Um silêncio que de tão profundo que é não traz nada consigo. Não tem a eterna companhia da miséria que sempre caminha lado-a-lado com os infelizes.
Um vazio que se assemelhe a um poço sem fim onde as moedas carregadas de sonhos e desejos jamais chegarão ao seu fundo e jamais cumprirão a sua missão.
Um vazio que se assemelhe a um poço sem fim onde as moedas carregadas de sonhos e desejos jamais chegarão ao seu fundo e jamais cumprirão a sua missão.
Um silêncio que entorpecerá todo o meu corpo, tolhendo-me todos os movimentos, apoderando-se de mim por completo e inundando tudo o que me rodeia.
Um vazio tão imenso que o tempo deixará de passar e o bater dos minutos deixará de se ouvir porque a vida estará suspensa. Inerte num corpo parado num tempo que não corre.
Um vazio tão imenso que o tempo deixará de passar e o bater dos minutos deixará de se ouvir porque a vida estará suspensa. Inerte num corpo parado num tempo que não corre.
Um silêncio que extravazará de mim, destas paredes que me prendem e confinam e que comandará todos os ruídos inaudíveis da rua a seguirem-me o exemplo, criando um cordão até ti.
Pois só tu me podes libertar e permitir que eu volte a viver...
21.Mar.13
segunda-feira, 25 de março de 2013
Ainda sinto...
Ainda sinto,
Os dedos da tua mão
Deslizando no cabelo,
Tacteando-me o rosto,
Terminando nos lábios.
Os dedos da tua mão
Deslizando no cabelo,
Tacteando-me o rosto,
Terminando nos lábios.
Ainda sinto,
O teu olhar de mar salgado
Falando-me sem sussurros,
Debitando poemas de amor
Num tom perceptível
Apenas por corações que amam.
O teu olhar de mar salgado
Falando-me sem sussurros,
Debitando poemas de amor
Num tom perceptível
Apenas por corações que amam.
Ainda sinto,
O calor da tua boca
Num entreabrir que denuncia
A vontade de um beijo
Seguido de outro,
Num mergulhar sem retorno,
Num saborear que vicia.
O calor da tua boca
Num entreabrir que denuncia
A vontade de um beijo
Seguido de outro,
Num mergulhar sem retorno,
Num saborear que vicia.
Ainda sinto,
O apertar do teu corpo
Que contra o meu se insinua,
Num desejo de entrega,
Numa vontade de pertencer,
De tomar e receber.
O apertar do teu corpo
Que contra o meu se insinua,
Num desejo de entrega,
Numa vontade de pertencer,
De tomar e receber.
Ainda sinto...
19.Mar.13
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