sábado, 16 de março de 2013

Domina(r)

A noite já domina o seu reino de sombras feitas de passos apressados e carregados de núvens de ar quente que surgem com figuras disformes lançadas pelo bafo quente de bocas que anseiam por algo que lhes aqueça a alma e o corpo arrefecido pelo gelo invisível de um Inverno típico. Aqui, o frio deteve-se lá fora, à espreita de uma oportunidade de invadir e preencher espaços que estejam dominados por um calor que já não tem força, já não aquece e apenas o estremecer de um corpo que sente a invasão insensível de um gelo que nada teme e tudo apaga.
E o tempo escorre-se demasiado lento para que possa apoderar-me dos seus minutos que duram menos que a eternidade.
E eu queria dominar o tempo e fazê-lo parar no exacto momento em que o gelo quase toca esses espaços, impedi-lo de invadir e quebrar o elo quente que me mantém viva. E eu só vivo enquanto o teu sabor se mantém na minha boca. Enquanto o teu toque ainda me marca a pele. Enquanto o teu odor se sobrepõe a qualquer outro e me aviva a memória do que é ser amada, tocada, sentida e por ti tomada.

4.Fev.13

sexta-feira, 15 de março de 2013

Sob a vontade do vento...


A noite caiu há muito sob o comando de núvens negras empurradas por um vento carregado de ímpeto e de sons uivantes por entre os ramos e troncos de árvores que não se submetem ao seu poder.
Sob o calor da manta que me cobre o corpo imagino como seria deixar-me levar, qual folha desprendida, pelos eus braços ocos de tudo e cheios de um nada que ainda assim, me faria flutuar.
Deixar-me levar sem destino, sem hora de chegada, sem medo do nada que me espera.
Sentir essa força imensa que não se combate, essa força que me controlaria e ser marioneta num caminho que não controlo.
Deixar-me apenas levar, sem pensar, sem desejar e sem almejar conquistar sonhos que parecem inatingíveis e, flutuar apenas nesse ar forte e controlador.
Às vezes imagino como seria ser assim livre e leve sob a vontade do vento...


1.Fev.13

Tempo parado

Se o tempo parasse
E não me deixasse
Tempo para que te falasse,
E tudo ficasse
sem que te dissesse,
E tudo acabaria sem que se soubesse,
Sem que ao Mundo eu gritasse,
O tamanho do amor que, naquele momento e sempre,
Por ti sentisse...
 
31.Jan.13

Perfeito

Anseio,
Por sentir tuas mãos deslizando
No corpo que se cobre desta pele
Que se arrepia e estremece.
Anseio,
Pelo calor do hálito quente
Sussurrado no pescoço
Que se alonga de vontade de sentir um toque.
Anseio,
Pela tua boca que a minha alimenta
De um sabor que é único e me vicia,
Me tenta.
Anseio,
Pelo teu corpo unido ao meu
Num abraço que não tem fim,
Que nos funde e une num único ser.
Anseio,
Que me tomes nos teus braços,
Me enchas do teu desejo,
Ardor,
Pecaminoso amor,
E me adormeças no teu peito,
Onde tudo,
Tudo é tão perfeito...

31.Jan.13