sexta-feira, 15 de março de 2013

Sob a vontade do vento...


A noite caiu há muito sob o comando de núvens negras empurradas por um vento carregado de ímpeto e de sons uivantes por entre os ramos e troncos de árvores que não se submetem ao seu poder.
Sob o calor da manta que me cobre o corpo imagino como seria deixar-me levar, qual folha desprendida, pelos eus braços ocos de tudo e cheios de um nada que ainda assim, me faria flutuar.
Deixar-me levar sem destino, sem hora de chegada, sem medo do nada que me espera.
Sentir essa força imensa que não se combate, essa força que me controlaria e ser marioneta num caminho que não controlo.
Deixar-me apenas levar, sem pensar, sem desejar e sem almejar conquistar sonhos que parecem inatingíveis e, flutuar apenas nesse ar forte e controlador.
Às vezes imagino como seria ser assim livre e leve sob a vontade do vento...


1.Fev.13

Tempo parado

Se o tempo parasse
E não me deixasse
Tempo para que te falasse,
E tudo ficasse
sem que te dissesse,
E tudo acabaria sem que se soubesse,
Sem que ao Mundo eu gritasse,
O tamanho do amor que, naquele momento e sempre,
Por ti sentisse...
 
31.Jan.13

Perfeito

Anseio,
Por sentir tuas mãos deslizando
No corpo que se cobre desta pele
Que se arrepia e estremece.
Anseio,
Pelo calor do hálito quente
Sussurrado no pescoço
Que se alonga de vontade de sentir um toque.
Anseio,
Pela tua boca que a minha alimenta
De um sabor que é único e me vicia,
Me tenta.
Anseio,
Pelo teu corpo unido ao meu
Num abraço que não tem fim,
Que nos funde e une num único ser.
Anseio,
Que me tomes nos teus braços,
Me enchas do teu desejo,
Ardor,
Pecaminoso amor,
E me adormeças no teu peito,
Onde tudo,
Tudo é tão perfeito...

31.Jan.13

quinta-feira, 14 de março de 2013

Aprender a voar

O dia desperta calmo como todos os dias em que o Sol vai marcando os horários de forma envergonhada por detrás de nuvens carregadas de uma água que ameaça deixar-se cair.
O reboliço é tranquilo e apenas o murmurar cadenciado de uns passos ao longe deixam transparecer que a vida já saiu à rua.
Mas aqui dentro destas paredes, a vida nunca deixou de estar presente.
É única e grandiosa e neste corpo que agora acorda, neste peito que respira há um aperto, uma espécie de sufoco de vida contida à espera de ser solta, de ser vivida.
Como se tivesse sido presa, prendida a dias e horas iguais em demasia.
Como se desejasse correr e percorrer caminhos e novos trilhos jamais imaginados sem receio do destino.
Há uma vida em mim que se quer libertar, que quer nos dias e horas mandar, que quer no precipício do viver e amar, ganhar asas e aprender a voar...

27.Jan.13