A noite é dona do momento que escorre límpido por entre
os minutos de que é feito o tempo e sem medo dos que perturbam de forma
indelével o silêncio que teima em ser seu escudeiro.
Os ruídos invadem em ecos que se prolongam para além do
casario, para lá das janelas que fechadas são como imensas e coloridas muralhas
embandeiradas de tecidos que não esvoaçam pela falta de brisa.
O frio, típico desta altura do ano, reconhece-se pelo
crepitar da madeira na lareira criando um mundo de sombras e cores em tons quentes
de paixão e de amor, da vontade e do ardor, de sentir-te o beijo e o teu sabor,
mesclado com toques de néctar cor carmim.
E a música é essa que faz com que me abraces, me envolvas
nos braços e a tua mão, segurando-me a cintura, me puxa, me encosta a ti e me
guia, numa dança que continua para além dos sons tocados, para além dos dedos
cruzados, para além do tempo e do espaço que nos circunda.
E é assim que a cada dia aumenta este sentir que me une a
ti, que em ti me faz eternamente cativa...
02/01/2013