Não há maior vazio que o vazio de não ter nada dentro do
peito e que aqueça o coração.
O vazio é um frio que se toca, que se sente na ponta dos
dedos quando tomamos a decisão de olhar para o que somos.
E às vezes, muitas vezes, sou nada a não ser esse tudo de
vazio.
Esse todo cheio de nada que seja mais palpável que um
pouco quase nenhum de algo que valha a pena. De algo que merece existir em mim.
De algo que é digno de apenas ser.
E muito pouco que seja, é. Existe. Ocupa-me e deixa-me
menos vazia. Como se houvesse esperança, razão. Para avançar e enfrentar um
novo dia.
Um dia que quase me deixa cheia e viva e completa.
Mas só às vezes.
Na maioria dessas horas que correm estou vazia de
sentires que me encham e cheia do vazio das saudades do que (jamais) me dará
vida.
28/11/2012