quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cheia de nada


Há dias em que ar me preenche o peito por completo e não quer daqui sair, não quer deixar de em mim existir e eu sinto-me cheia desse nada que me sufoca e não permite respirar.
Um nada que em mim se espalha como um veneno no sangue e que mata a cada ramificação de veias que invade.
E eu morro a cada não respirar como se o mundo desabasse e não existisse mais amanhã, mais futuro, mais caminho para andar.
Apenas esse enorme abismo que é o deixar de respirar e de acreditar que é possível voltar a viver.
A viver no silêncio de noites em luar.
A viver na falta de luz dos dias de céu coberto de nuvens a chorar.
A viver na ausência da tua presença no meu corpo a vibrar, a fazer-me sentir, a fazer-me o sangue girar e o coração a bater e o sorriso a brilhar no meu olhar!
Há dias em que me é impossível deixar de te esquecer. E vives e renasces em mim com toda essa tua força e a ti me fazes, de novo, render...

Percorre

Percorre-me o corpo
Como se fosses meu dono,
Como se a minha pele
E a minha carne te pertencessem.
Percorre-me sem medos,
Sem freios,
Enche-me de pecados,
Comete em mim todos os delitos
Que o corpo aceitar,
Que a minha alma te permitir,
Que a mente desejar.
Percorre-me com a língua,
Molha-me com o teu sabor,
Percorre-me com as mãos,
Abre-me por completo,
E entra-me no ventre,
Dá-me todo o teu saber,
O teu querer,
O teu lamber e o meu prazer,
O teu fazer.

VII Verdade Irrefutável


...É a ti que quero e vou esperar-te. E enquanto não chegas, vou sonhar-te.


Quero-te aqui



Quero-te aqui,
Nesta cama que me acolhe,
Que me guarda o corpo
Nas horas em que dura a noite,
Nos momentos,
Que suspensos,
São longos e lentos,
Onde o teu corpo não aquece o meu.


Quero-te aqui,
Por entre os lençóis
Que me cobrem a pele
Que me lembram o teu toque
Que me alentam sem que te sinta.


Quero-te aqui,
Que substituas os meus dedos,
Que me cubras com os teus,
Que novos caminhos percorras.
Quero ser sempre novidae em ti,
Que me sintas e reconheças o sabor,
Que me desejes da pele o calor,
Que me permitas em ti,
Hoje e sempre,
Sentirmo-nos neste torpor,
De êxtase por cumprir,
De prazer num imediato sentir.


Quero-te aqui,
Para a ti me entregar,
Para por ti me perder,
Para em ti me encontrar
E, sobretudo, re-aprender a viver!

17/11/12