segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Desculpas


A noite toma agora conta das horas lentas no passar que se seguem, sem se preocupar com a pressa que tenho de ver o dia chegar.
Na rua ruídos de chuva em capas negras de estudantes que festejam a alegria da vida confundem-se com os da minha mente, borbulhante em pensamentos que não me apetecem.
A cama e os lençóis que escondem o frio vazio ao lado do meu corpo são meus cúmplices e companheiros de viagem na procura de razões.
Argumentos.
Desculpas.
E não as encontro.
Não as consigo enumerar por mais que tente.
Hoje, é uma das noites em que o dia cheio da tua ausência me pesa.
No pensar e nos olhos.
Na alma e no corpo.
No agora e no amanhã.
Hoje é noite de uma imensa sensação de derrota inglória em que peço às horas que corram velozes num sono sem sonhos.

É por ti


É por ti
Que o meu pensamento vagueia,
No decorrer das horas
Feitas dias inteiros.
É por ti
Que a minha boca chama em sussurro
Largado ao vento que não seguro.
É por ti
Que os meus olhos derramam
Lágrimas de saudade por sentir o teu sorriso.
É por ti
Que o meu corpo reclama
Em noites longas de solidão
Na companhia da tua lembrança.
É por ti
Que as minhas mãos deslizam
Recriando-te os movimentos
Na pele minha que se arrepia.
É por ti
Que os meus dedos
Me tocam os pontos que são teus
Em caminhos que em mim descobres e desbravas.
É por ti
Que o meu ventre se contorce
Em ondas insanas de prazer
Em tudo longe do que tu me fazer sentir.
É por ti,
Por este tanto te querer,
Por esta necessidade de te pertencer
Que os dias passam,
Nunca a correr,
Numa ânsia extrema de te ver,
De te beijar,
De no teu abraço me perder
E assim,
Para sempre te amar.

Thoughts XV

Há dias assim, em que desejo que escorras por esta pele que me envolve e me deixes marcada do teu ser, da tua essência.

Odeio os silêncios

Odeio os silêncios
Que encontramos quando
Nada mais há a dizer.
Os silêncios que ficam
Sem medo do dia
Que algures há-de nascer
E de novo me mostrar
Que é possível viver.
Odeio os silêncios
Que a noite traz sem saber
Para dentro da cama
Onde o meu corpo se deita,
Quase sem se negar a morrer.
Os silêncios que as sombras
Tomam sem me perguntar
Se quero ou não delas me aperceber
E tomam-me o pensar
Esavziando-me de todo e qualquer querer.
Odeio os silêncios que as tuas palavras
Fazem valer
Em não respostas ao meu perguntar,
Num não se dar a conhecer,
Num não partilhar o pensar,
Num não querer deixar saber.
Silêncios que me vão matando
Aos poucos neste sonho
Que não quero sentir.
Fala-me!
Acaba com este ensurdecedor
Ruído de um silêncio que te de ti
Nada de novo me vem trazer.