segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Não resisto...


Não resisto.

Ao olhar que me lembra o céu
De tão doce e terno,
Que me lembra o mar
De tão forte e intenso
Que me fascina e nele,
Nele me faz querer mergulhar,
Não resisto.

Ao sorriso que me alegra o dia,
Que se mostra sem receio,
Que me dás ao primeiro trocar de olhares,
Não resito.

Ao som da tua voz
Sussurrada no meu ouvido
Debitando palavras que só por ti ditas
Fazem sentido,
Não resisto.

Ao toque suave dos teus dedos
Na minha pele deslizando,
Fazendo-me perder os medos,
Fazendo-me querer-te entregar-me,
Não resisto.

Ao sabor do teu corpo salgado,
Molhado de nós e depois de amado,
Sentido, tido e devorado,
Em ondas de tamanho prazer
Que apenas tu me fazes sentir,
Não resisto...

Sufoco

Dias que passam
Sem cor e sem sombras,
Sem sol que as pinte
E mescle de coloridos que são únicos.
Dias que são silêncio,
Que o vento quebra
Uivando
Num desespero
Que a pele sente num arrepio.
Dias que são de água
Que cai de um céu demasiado perto,
Demasiado pouco acima
Do meu pensamento,
Demasiado extenso.
Em tempo. Em espaço. Em profundidade e em altura.
Sufocante e sem vida.
Dias que me enchem a memória
De nada que se viva,
Que se sinta,
Que seja possível de recordar
Em horas que em que me sinta vazia.
E eu sinto-me assim,
Todo(s) o(s) dia(s).

Desculpas


A noite toma agora conta das horas lentas no passar que se seguem, sem se preocupar com a pressa que tenho de ver o dia chegar.
Na rua ruídos de chuva em capas negras de estudantes que festejam a alegria da vida confundem-se com os da minha mente, borbulhante em pensamentos que não me apetecem.
A cama e os lençóis que escondem o frio vazio ao lado do meu corpo são meus cúmplices e companheiros de viagem na procura de razões.
Argumentos.
Desculpas.
E não as encontro.
Não as consigo enumerar por mais que tente.
Hoje, é uma das noites em que o dia cheio da tua ausência me pesa.
No pensar e nos olhos.
Na alma e no corpo.
No agora e no amanhã.
Hoje é noite de uma imensa sensação de derrota inglória em que peço às horas que corram velozes num sono sem sonhos.

É por ti


É por ti
Que o meu pensamento vagueia,
No decorrer das horas
Feitas dias inteiros.
É por ti
Que a minha boca chama em sussurro
Largado ao vento que não seguro.
É por ti
Que os meus olhos derramam
Lágrimas de saudade por sentir o teu sorriso.
É por ti
Que o meu corpo reclama
Em noites longas de solidão
Na companhia da tua lembrança.
É por ti
Que as minhas mãos deslizam
Recriando-te os movimentos
Na pele minha que se arrepia.
É por ti
Que os meus dedos
Me tocam os pontos que são teus
Em caminhos que em mim descobres e desbravas.
É por ti
Que o meu ventre se contorce
Em ondas insanas de prazer
Em tudo longe do que tu me fazer sentir.
É por ti,
Por este tanto te querer,
Por esta necessidade de te pertencer
Que os dias passam,
Nunca a correr,
Numa ânsia extrema de te ver,
De te beijar,
De no teu abraço me perder
E assim,
Para sempre te amar.