E a noite contagia os lugares mais recônditos do caminho que percorro até chegar ao local onde descanso o corpo.
Lá fora já não há passos apressados de quem pretende fazer o dia chegar ao fim mais rápido que o mandar das horas regidas pelos minutos, teimosos, vagorosos, que demoram a passar.
Já não há o canto dos pássaros sob o dourado das folhas de um Outono que chega, dia apos dia, mais forte e carregado.
Apenas os silêncios dos poucos que conversam no banco de jardim e que vão ganhando coragem para recolher e sentir o peso de um novo dia prestes a nascer, dando mais uma hipótese ao vício, de os vencer.
Deito o corpo que deseja tudo menos descanso no leito de um mar de sonhos onde te sinto presente e quente, imaginando-te ansioso pelo abraço da minha pele, pelo beijo do meu gosto, pelo odor do meu despir.
Sempre como no primeiro beijo e toque que contigo é eterno e nunca morre.
E contigo em mim, não há noite que me abrace num vazio sem fim.
02/10/2012