sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Tento...


Tento...
... Por todos os meios que são tudo que tenho para alcançar a meta a que me destino sem me perder de mim.
... Saber que sou apenas este ser carregado de incertas certezas absolutas do que não há, aqui, para mim, mas que desejo feitas ilusões que nunca se quebrarão em mil pedaços de alusões ao passado.
... Que o futuro que não me espera concreto também não me engula em poços de luz intensa que me afectam a perseverança cega de não saber quando parar.
... Não parar de tentar chegar a ti. E não sei como te mostrar que sou aqui presente eterna nos dias que são teus, vazios sem mim.
... Que me sintas a falta e das palavras que inditas num sussurro, são gritos mudos que faço crescer em linhas corridas como nas folhas de papel e que, sentidas e lidas, são somente tuas.
Tento que sintas que és para mim alimento, de vida e de sentir, de querer e desejar. Parte de mim que está contigo. Num canto que não te ocupa senão de ar vazio...

22/07/2012

sábado, 21 de julho de 2012

Podia...


Podia...
... Falar-te de todas as horas que passando demoradas são fugazes, instantes que nunca passam depressa demais, que sempre me dão tempo de te pensar.
... Mostrar-te todas as palavras que nunca ditas soam a verdade nas linhas escritas em momentos de insanidade, sem concreto devaneio, e que carregam sonhos, pelo meio.
... Ensinar-te como se sente a o toque da ausência de quem se ama, de quem se deseja acordado no lençol de cetim aquecido pelo frio do corpo que não está presente.
... Oferecer-te os sons de músicas (nossas) que não cantamos desafinados no certo compasso da melodia de ser amado.
... Pedir-te que destruisses o apagado registo a odor e sabor a teu gosto, entranhado nos poros da pele destapada que ao corpo abre a eternidade de se manter intocada.
... Perder-me em sonhos inimaginados de sentimentos que, trocados, nos enchem de vida invivida de aventuras destemidamente serenas.
Mas de que adiantaria se o tempo que passou não se acostuma ao que não foi e ter sido podia?
Mas não te falo, não te mostro nem te ensino. Não te ofereço, não te peço e não me perco.
Vou, junto a ti, nos novos dias de recomeço, de incerteza cheia de verdade, de vontade que não tem mais por onde cresça.

Despida...


As palavras com que me envolves,
Que me sussurras ao ouvido,
São em mim um delírio,
Um intenso corropio
Que me liberta o ser,
Que me enche de vida,
Que os dias me alenta.
São doces toques
De mãos e de língua
São sentir-te deslizar,
Molhar,
Saborear,
Descobrir,
Arrepiar,
Sorrir,
Provocar,
Excitar,
Entregar e dar.
A pele que me cobre é tua,
E o que sinto em mim vibrar
É o teu corpo que acentua,
Que avança na carne crua
Sem medos ou temores,
Sem preconceitos ou julgares.
É o teu corpo que me toma,
Que me sorve,
Que me prova,
Que me faz dar-te,
Assim, despida e nua...

21/07/2012

Perdida IV



E ando à deriva sempre que não me fazes companhia, perdida numa amálgama de sensações sem sentido, desprovidas de nexo.
Como uma folha em dia de Inverno, acabada de cair no calor do vazio carregado de odores a nadas que a prendem ao vento fugidio.
Rumos que não sendo caminhos são repletos de dias que não se acomodam nas horas que ficam gravadas nas memóias e jamais se tornarão lembranças do que vivi.
São dias passados num tempo que não existiu, um futuro com saudades do que jamais sentirá.
Sim, sem ti não sinto, não vivo, não aprendo tudo o que deve fazer e ser sentido.
Não percebes? É por ti, através de ti que respiro, que me corre o sangue no corpo, que reconheço e retomo o meu caminho.
Só contigo junto comigo.

20/07/2012