quarta-feira, 20 de junho de 2012

Tuas mãos


Nas tuas mãos há linhas que são futuro,
Que são marca do passado,
Do que foi e do que sonho.
Mãos que me protegem,
Que são meu porto seguro,
Nos abraços que preciso,
Que me confortam no teu peito,
Que sinto forte e vivo.
Mãos que me chamam
Que alimentam corpo e alma,
Que me seduzem a pele,
Arrepiam,
E da letargia me acordam.
Deslizam,
Apertam,
Invadem e devoram
Cada poro,
Cada recanto,
Cada caminho que agora traçam,
Novo ou antigo,
Descoberto ou já percorrido.
Nessas tuas mãos me entrego,
Por completo, sem medo.




2012/06/16

E o corpo

E o corpo vibra,
Delira,
Sente,
Quente,
Doce loucura,
Demente ternura,
Ritmos compassados,
Nos quereres que trocamos.
Corpos que se unem,
Fundem,
Homogéneos no sentir,
Do desejos mais secretos,
Nos mais ínfimos pecados
Em que a pele nos faz cair,
Em que os lábios se fazem deslizar,
Na procura de um intenso entregar,
A nós, ao nosso prazer.
 
2012/06/16

Nada...


E um dia deixarei de existir.
Deixarei de ser eu,
De ser quem vês,
Quem sentes,
Quem ouves,
Quem lês.
Nada. Serei tudo o que é nada.
Uma lembrança passada,
Esbatida como uma pintura
Na parede exposta ao sol.
Uma leve e suave recordação
De dias que já não o são,
Que foram de alegria,
De cumplicidade,
De segredos trocados,
Sonhos partilhados
Nunca concretizados.
Nada. Tudo que nada é, em mim,
Parte integrante do meu ser vazio,
Sombrio,
Perdido nos dias de desventura,
Sem guia nem caminho,
Nem luz, nem sorriso,
Nem sons que não sejam de martírio,
De dor e de saudade...
Saudade de ti a morar em mim.

2012/06/16

Que faço?

E o sabor com que me invadiste?
E o cheiro do teu calor,
Corpo abraçado no meu,
Que me completa,
Que me preenche,
Que me prende e simultaneamente me liberta?
Que sentimento tão contraditório
Como as saudades quando te vejo,
Mais fortes,
Mais loucas porque sei que talvez não voltas.
E o toque com que gravaste a minha pele?
E as marcas que em mim deixaste
De todas as formas que me amaste,
Que me sentiste,
Que te entregaste
Em que Mulher me fizeste
E Homem foste?
E o sentir que a Alma me invadiu?
Sentimentos que nunca vi,
Li ou descrevi,
Que nunca foram falados,
Que nunca tamanha intensidade tiveram?
Encurralados em mim,
Guardados na minha memória
Que esperançosa ainda te espera,
Ainda te deseja e pertence.
E o meu Amor por ti?
Que faço com ele agora?

2012/06/15